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Agricultura e pecuária movem Santa Luzia D’ Oeste, que celebra 35 anos na Zona da Mata de Rondônia
Santa Luzia D’Oeste situa-se na Zona da Mata e tem mais de 100 empresas agropecuárias em franca produção.Antiga Vila Bambu, Santa Luzia D’Oeste celebra nesta terça-feira (11) seus 35 anos de fundação. Agricultura e pecuária movem esse município da Zona da Mata de Rondônia, com extensão de 1,19 mil Km² e 8,8 mil habitantes, a 498 quilômetros da Capital, Porto Velho.
O nome tem um sentido cristão. A história conta que esse nome foi dado em 1979 pelo ex-governador Jorge Teixeira de Oliveira em tempos de colonização do Incra. Teixeirão havia se curado de uma moléstia na visão e quis homenagear a santa considerada a protetora dos olhos.
Segundo os mais recentes levantamentos, 2% de domicílios da cidade têm esgotamento sanitário adequado, 10,3% de domicílios urbanos em vias públicas possuem arborização e 1,5% de domicílios urbanos dispõem de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio.
O primeiro mandato, do prefeito Pedro Lima Paz, eleito em 15 de novembro de 1986, findou-se em 31 de dezembro de 1988. Em seguida veio o empresário César Cassol, que administrou de 1989 a 1992, lembra o ex-chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Gerino Alves Silva, autor da Monografia de Rondônia.
Das lembranças de 1979, uma das mais notáveis para quem conheceu o início da vila, incluindo Gerino Silva, é o primeiro prédio de pau-a-pique que funcionou como igreja e escola. Ele recorda:
Nele deram aulas as primeiras professoras: Josefina Rodrigues Soares e Sueli Duarte Dias, e nesse mesmo capítulo, muita gente ainda se lembra do primeiro administrador, Catarino Cardoso.
Gerino, que está aposentado e hoje mora no Rio Grande do Norte, lembra que o município de Santa Luzia, desmembrado de Rolim de Moura, foi criado no governo do professor e deputado estadual Ângelo Angelim, em 11 de maio de 1986, pela Lei Estadual nº 100, publicada no Diário Oficial do Estado em 14 de maio.
A taxa de escolarização na faixa de 6 a 14 anos era de 93,9% em 2018. Com 1,1 mil alunos matriculados, o município tinha 115 professores em três áreas de cinco escolas. Mais de 100 empresas atuam no setor agropecuário de Santa Luzia, oferecendo mais de mil empregos. Entre outras, o município se destaca por indústrias de laticínios, polpas de frutas, uma usina de álcool, uma mineradora e uma produtora de rações.
APOIO DA EMATER
As reivindicações do setor agrícola do município são atendidas especialmente pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater). Não faz muito tempo, ocorreu um êxodo rural de famílias locais para Buritis e para municípios amazonenses.
A Emater apoiou, por exemplo, o casal Lucineia Marquetti e Giomar Jacobsem, que chegou à região em 2004 e dois anos depois já trabalhava numa área de aproximadamente cinco hectares na linha 185, Km 2,5, setor chacareiro, utilizando mão de obra familiar na produção de polpas de goiaba, citros, maracujá, banana (mais de 70 toneladas) , graviola, abacaxi, acerola e amora. Outros produtores cultivam hortaliças comercializadas na cidade.
Banana, café (mais de 700 t) , feijão, milho e laranja (mais de cem t) e palmito (mais de 2,5 t) estão em diversas propriedades. No ano passado, Santa Luzia D’Oeste foi premiada por qualidade e produtividade, juntamente com Alto Alegre dos Parecis, Alta Floresta do Oeste, Novo Horizonte do Oeste, Nova Brasilândia do Oeste e Rolim de Moura no Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia (Concafé).
A Prefeitura de Santa Luzia tem 15 associações de produtores rurais registradas para o cultivo da pupunha e extração do palmito.
Produtores vêm buscando mudas de café e nativas, para reflorestamento, dedicando-se ainda a consórcios agroflorestais com pupunha e teca.
Em fevereiro, o diretor do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem e Transportes (DER), Elias Rezende, confirmava que o governo estadual faria obras de asfaltamento, drenagem e sinalização rodoviária da RO-491, entre Santa Luzia e São Felipe do Oeste, cujo projeto estava paralisado desde 2008, por falta de orçamento.
Com a readequação do trecho de 24,9 quilômetros, o DER estimou o custo dos serviços em mais de R$ 40 milhões. Ao mesmo tempo, anunciava a recuperação e manutenção da RO-383, entre o trevo da RO-490 (acesso a Alto Alegre dos Parecis) e Alta Floresta do Oeste. Ela é a principal rodovia de acesso a Alta Floresta do Oeste e interligação aos municípios de Santa Luzia D’Oeste e Rolim de Moura.
Em fevereiro, o DER executou serviços de encascalhamento e patrolamento em trechos considerados críticos da RO-484 (P-18), que interliga as ROs 370 e 491.
PEIXES E BOVINOS
Levantamento feito em 2019 pelo IBGE revelam a produção de 162,1 toneladas de peixes tambaqui; 115,1 t de pirarucu 13 t de jatuarana, piabanha e piracanjuba; 7,5 t de pacu e patinga; 9,5 tde cachara, cachapira, pintado, pintachara e surubim.
Vacas leiteiras renderam 11,1 mil litros em 2019. Há também um pequeno rebanho de bubalinos, com 28 cabeças, e outro de cabras, com 50. Galinhas somavam 23,3 mil. Já os suínos passavam, naquele ano, de 2,5 mil; equinos, 2,3 mil, e os ovinos, 1,79 mil. Apicultores obtiveram 380 litros de mel de abelha.
Proprietários rurais ocupam 82,4 mil hectares de terras titulados para 1.023 estabelecimentos, dos quais, 269 tiveram lavouras adubadas, enquanto 754 não usaram essa técnica. Desse total, utilizam 4,3 mil ha para o plantio direto na palha.
As pastagens em boas condições totalizam 58,3 mil ha, e as precárias, 1.068 ha. Apesar da exploração madeireira na região nas derradeiras três décadas, Santa Luzia ainda dispõe de 1,6 mil ha de matas naturais e outros 12,01 mil ha se destinam a reserva legal, se não forem devastados.
IDH: 0,670
PIB (2008): R$ 110,19 mil
Per capita: R$ 21,6 mil
91% de receitas de origem externa (2015)