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Amapá inaugura exportação de soja para a Europa com 25 mil toneladas
O Estado é o mais novo pólo de produção do grão no BrasilEsta quinta-feira (8/9) foi dia de festa no Amapá, a mais nova fronteira de produção de soja no Brasil. A data marcou a primeira exportação de soja produzida no Estado diretamente para a Europa. O navio grego Alexia partiu carregado com 25 mil toneladas do porto de Santana, que fica a apenas 20 km da capital Macapá, cidade que abriga um dos três pólos de produção dos grãos no Estado. A carga vai ser completada com 15 mil toneladas do grão do Matopiba no porto de Itaqui (MA). O destino: Roterdã, na Holanda, o maior porto marítimo da Europa.
Participaram da cerimônia os produtores, os empresários da Cianport (Companhia Norte de Navegação e Portos), formada pelas empresas Fiagril e Aprosoja para viabilizar o uso do porto de Santana como exportador de soja, além de autoridades como o governador, Waldez Goes, deputados e secretários estaduais.
Juliano Passos, um dos pioneiros na produção de soja no Estado, disse que a cerimônia em Santana foi o marco da entrada do Estado na rota da soja brasileira. “Foi muito bom ver isso de perto. Finalmente, as promessas que ouvi quando cheguei aqui em 2010 começam a virar realidade.” As 80 mil sacas colhidas nesta safra por Juliano e o sócio Alexandre Menin, com uma produtividade de 67 sacas por hectare, foram embarcadas no Alexia.
“A utilização do porto mudou a dinâmica produtiva no Amapá. A soja agora passa a ter liquidez e destino certo. Abre até a possibilidade de fazermos duas safras, já que o clima ajuda bastante”, diz Daniel Sebben, presidente da Aprosoja-AP (Associação dos Produtores de Soja do Amapá), que acompanhou a cerimônia.
Segundo Daniel, o fato de a Cianport ter instalado uma estrutura de armazenamento no porto com três silos, com capacidade para 54 mil toneladas, descarregador de barcaças, esteiras para transporte da soja e balança facilitou muito a operação e deve alavancar a atividade agrícola no Estado. “Toda semana chegam novos produtores da Bahia, Maranhão, Paraná e Mato Grosso interessados em conhecer a produção do Amapá e comprar terras. Alguns já fecham negócio nos primeiros dias.”
O uso do porto de Santana garante aos produtores do Estado estrutura de armazenamento e uma logística mais vantajosa para exportação de seus grãos para Europa e Ásia.
O presidente da Aprosoja-AP estima que o faturamento neste ano com os grãos alcance R$ 50 milhões. Em dez anos, a previsão é chegar a R$ 4 bilhões. O porto de Santana tem capacidade para movimentar 1,8 milhão de toneladas de soja por ano, embarcando também parte dos grãos produzidos no Mato Grosso e outros Estados. A Cianport está construindo outro terminal na Ilha de Santana, em frente ao atual porto, com estrutura para movimentar 3,5 milhões de toneladas e também esmagar soja e produzir ração.