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Bom preço e produtividade da lavoura cacaueira despertam interesse dos produtores rurais de Rondônia
Em Rondônia o cacau produz o ano inteiro e com maior volume de março a setembro.O Governo de Rondônia, por meio da Entidade Autárquica de Assistência e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater) registra a crescente procura dos produtores rurais por materiais genéticos, sementes melhoradas e hastes para multiplicação vegetativa de plantas de cacau.
De acordo com o coordenador regional da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), para as regiões cacaueiras de Rondônia e Mato Grosso, Caio Marcio, o que vem despertando o interesse pela produção do cacau foi, “em primeiro lugar, os bons preços que o produto tem alcançado no mercado e a boa produtividade e qualidade de amêndoas conseguida pelos cacauicultores do Estado”.
Segundo com levantamentos da Ceplac, a capacidade de moagem da indústria produtora de chocolate no Brasil é de 275 mil toneladas de amêndoas de cacau, mas a produção nacional é muito menor, obrigando a indústria nacional a importar 70% do cacau que utiliza. Os maiores fornecedores de cacau estrangeiro para o Brasil são os países africanos que mandam pra cá um produto inferior ao produzido no nosso país.
Esses países africanos frequentemente são denunciados por praticas de escravidão, trabalho infantil e descaso ambiental, e nenhuma indústria quer ver sua marca e produto vinculado a práticas socialmente injustas. Daí se conclui que o mercado está aberto a novos produtores.
No Estado, os produtores de cacau recebiam assistência técnica diretamente da Ceplac, mas por decisão do Governo Federal, o órgão deixou de prestar esse serviço, que foi assumido pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater), mas os produtores ainda podem contar com uma estação de pesquisa que há quatro décadas estuda variedades e clones de cacau, realizando cruzamentos entre variedades, produzindo híbridos e adaptando cultivares mais resistentes ou tolerantes às condições climáticas e de solo rondoniense, como a estação experimental da Ceplac em Ouro Preto do Oeste.
SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA
Plantar cacau exige esforço e conhecimento como qualquer outra lavoura, mas os indicativos de sustentabilidade do cacau supera qualquer outro cultivo comercial na Amazônia. O cultivo de cacau pode ser considerado reflorestamento e suas amêndoas são a matéria prima do chocolate, produto consumido no mundo inteiro.
No Brasil o consumo de chocolate, nos últimos 100 anos, teve um crescimento de 2% ao ano e nos países mais populosos do mundo, Índia e China, o consumo cresse a uma escala de 10% ao ano, diz Caio Marcio, que também é um dos estudiosos da cultura do cacau no Brasil.
Em Rondônia o cacau produz o ano inteiro e com maior volume de março a setembro, como indica o gráfico da distribuição da produção de cacau em Rondônia, elaborado a partir da observação das séries históricas da produção cacaueira no Estado.
A cultura do cacau proporciona ocupação remuneradora e bem distribuída ao longo do ano, confirmando que é uma excelente fonte de emprego e renda para toda a família. Um único hectare de cacau adulto bem manejado, seguindo a orientação técnica, rende durante um ano, algo em torno de 100 arrobas de cacau.
Considerando-se os preços do mercado local em torno de R$ 185 a arroba, consegue-se um rendimento bruto de R$ 18.500 mil ao ano; esta renda pode ser ainda maior, dependendo da produtividade, escala de produção e tipo de comercialização. Para se ter uma ideia, enquanto a arroba de cacau foi vendida em Rondônia a preço máximo de R$ 185 na Bahia, no mesmo período os preços variaram entre R$ 225 e R$230 a arroba.