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Brasil e Colômbia defendem ações contra queda dos preços do café

O documento também destaca a necessidade de aumentar o consumo de café nos mercados emergentes e nos países produtores

Brasil e Colômbia defendem ações contra queda dos preços do café
Representantes de associações de cafeicultores do Brasil e Colômbia reuniram-se nesta segunda-feira no Ministério da Agricultura, em Brasílias, para discutir a queda dos preços mundiais do café e “o desequilíbrio econômico na cadeia produtiva, que afeta produtores em nível mundial” e as ações para enfrentar esse quadro.

De acordo com comunicado assinado por representantes do segmento, como o brasileiro  Conselho Nacional do Café (CNC)  e a Federação dos Cafeicultores da Colômbia (FNC),  além do governo e produtores, que participaram do encontro, atualmente os preços internacionais do café estão abaixo dos custos de produção, “comprometendo a sustentabilidade econômica” da atividade. Neste mês, as cotações caíram abaixo de US$ 1,00 por libra-peso na bolsa de Nova York, algo que não ocorria há 12 anos.

No texto, os representantes dos dois países indicam que uma grande preocupação atual são os fatores externos que afetam negativamente o preço internacional e os produtores, tais como a especulação financeira de “atores alheios à cadeia”, que “pressionam negativamente as cotações do café, forçando movimentos migratórios motivados pela pobreza e o surgimento de cultivos ilícitos em alguns países”.

Observam ainda que os detentores de estoques de café têm maior  influência na formação dos preços internacionais. “Por isso, é fundamental  reequilibrar a balança atual, realocando estoques de países consumidores para países produtores”, defendem.

Além disso, defenderam o desenvolvimento de políticas internas nos países produtores para apoiar o ordenamento da oferta, como é o caso do Funcafé no Brasil, que financia a administração de estoques para evitar a venda pelos produtores em momentos de preços baixos.

Outra bandeira é a importância de que os estoques de café em poder de países produtores sejam administrados pelo setor privado com base em ferramentas de gestão de risco de mercado.

O documento também destaca a necessidade de aumentar o consumo de café nos mercados emergentes e nos países produtores. As entidades esperam contar com a o apoio da Organização Internacional do Café (OIC) para alcançar esse objetivo.

A concentração da indústria de café e do setor de distribuição é outro tema levantado pelos produtores. Segundo o comunicado divulgado, algumas empresas impõem “condições abusivas de pagamento”, de mais de 200 dias, “o que acaba com qualquer possibilidade de sustentabilidade econômica para os produtores”.

Assim, diz o comunicado, “os programas de algumas companhias multinacionais para promover a sustentabilidade são anulados por suas práticas comerciais”. As entidades defendem ainda que organizações internacionais sem fins lucrativos que promovem o cultivo de café “têm de assumir a responsabilidade da absorção dos excedentes que tendem  a ser produzidos”.

Representantes das entidades de produtores voltarão a se reunir em setembro, durante  encontro da OIC em Londres, para aprofundar a discussão do atual cenário no mercado de café.

Na semana passada, a Federação de Cafeicultores da Colômbia informou que até a retenção do produto será discutida em reunião nesta semana com representantes do governo colombiano.

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