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Café arábica corresponde a 70% e café conilon a 30% da produção dos Cafés do Brasil em 2019
Safra atual de 49 milhões de sacas representa queda de 20,5% em relação à produção de 2018A safra dos Cafés do Brasil estimada para o presente ano de 2019 totaliza um volume físico equivalente a 48,99 milhões de sacas de 60kg. Desse total, 34,47 milhões de sacas são da espécie de café arábica, o que representa em torno de 70% da safra, e 14,52 milhões de sacas da espécie de conilon, que correspondem a 30%. Entretanto, a safra 2019 teve uma redução de 20,5% da produção nacional de cafés, se tal performance for comparada com o mesmo período anterior, quando o País colheu um volume recorde de 61,66 milhões de sacas em 2018.
Neste mesmo contexto, há que se ressaltar que produção de café, exclusivamente da espécie arábica, em 2019, terá uma redução de 27,4% no volume, em comparação com a safra anterior, devido ao ciclo da bienalidade dessa espécie, o qual alterna um ano de maior produção com outro de menor rendimento. Quanto à produção de café conilon, em contrapartida, os números levantados para a safra 2019 apontam um ligeiro acréscimo na colheita de 2,5%, em relação ao ano-cafeeiro anterior. Esse acréscimo pode ser atribuído principalmente ao aumento da produção verificado no Espírito Santo, estado que aumentou a área cultivada e registrou maiores produtividades médias.
A fonte principal dos dados e informações estatísticas que estão permitindo realizar esta análise foram obtidos do Acompanhamento da safra brasileira Café – Terceiro Levantamento – Setembro 2019, da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, o qual está disponível na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. A Conab realiza e divulga quatro levantamentos anualmente. O primeiro em novembro e dezembro, com divulgação em janeiro. O segundo em abril, com divulgação em maio. O terceiro em agosto e divulgado em setembro. O quarto é realizado em dezembro e divulgado no mesmo mês, quando todos os dados são consolidados.
Com relação à área total cultivada, conforme os dados deste estudo da Conab, em todas as regiões produtoras, tanto com cafés da espécie arábica como de conilon, no ano objeto desta análise, os levantamentos realizados estimam que ela abrange 2,13 milhões de hectares, área 1,2% menor que a cultivada anteriormente. E, quanto à área exclusivamente em produção, os dados pesquisados indicam uma área de 1,81 milhões de hectares - 2,8% menor que a anterior. Como a produção nacional deste ano é de 48,99 milhões de sacas, tem-se uma produtividade de 27,03 sacas por hectare. Assim, tal desempenho se mostra 18,3% menor que o da safra 2018, cuja produtividade foi de 33,07 sacas por hectare.
Conforme ainda os dados desse Levantamento da Conab, a área em produção corresponde a 85%, e a área em formação, que são 319,17 mil hectares, equivale a 15% do total da área de cultivo de café no País. Em comparação com a safra anterior, a área em produção teve uma pequena redução de 2,8%, enquanto que a área em formação um crescimento de 8,5%. Tais alterações são atribuídas ao fato de que a safra 2019 teve bienalidade negativa, o que, em geral, motiva produtores a realizarem tratos culturais nas lavouras, fato que, em geral, diminui a área em produção.
Para o Terceiro Levantamento – Setembro 2019, os números estimados demonstram que a área cultivada com café no País nesta safra é 26,5 mil hectares menor que a de 2018. O Levantamento esclarece ainda que, nos últimos anos, a área vem apresentando redução, e que é notório que esse fenômeno ocorra em virtude dos ganhos de produtividade que os produtores têm alcançado, em decorrência da aplicação e utilização de novas tecnologias. Com isso, a redução de área tem sido uma tendência.
Para a Conab, conforme os dados do Levantamento, dos principais produtores de café no Brasil, apenas Minas Gerais, que é o maior estado produtor com aproximadamente 50% da produção nacional, apresentou ganho na área cultivada no período de 2001 a 2019. Entretanto, na região da Zona da Mata, também em Minas Gerais, a área em produção diminuiu 0,8%, em relação à safra passada, em razão da intensificação das podas nas lavouras mais velhas ou que necessitavam de renovação.
Quanto ao estado da Bahia, quarto maior produtor do País, cujo safra 2019 corresponderá a 5,7% da nacional, para a Conab, a redução verificada na área produtiva se deve, principalmente, à erradicação de lavouras de café que foram abandonadas ou substituídas por pastagens para a criação de bovinos, grãos e pela fruticultura. De outro lado, em relação ao aumento da área em formação no Estado, este fato se deve ao plantio de novas áreas em algumas regiões, impulsionado pelos bons resultados das últimas safras.
Especificamente em relação à área total plantada com café arábica, o Terceiro Levantamento – Setembro 2019, da Conab, destaca que essa espécie de café ocupa 1,73 milhão de hectares, o que corresponde a 81% da área existente. E, ainda, que, nesta safra, haverá uma diminuição de 0,9% (16,3 mil hectares) em relação à safra passada, além de ressaltar que Minas Gerais concentra a maior área com essa espécie, com 1,22 milhão de hectares, os quais correspondem a 70% da área ocupada com café arábica em âmbito nacional.
Quanto à área total plantada com café conilon, a estimativa da Conab é que ela ocupa 398,8 mil hectares, que correspondem a aproximadamente 19%, número que representa uma redução de área de 2,5%, na comparação com a safra anterior. Desse total, 363,1 mil hectares estão em produção e 35,7 mil hectares em formação. E, mais que isso, no Espírito Santo está a maior área com essa espécie de café - 261,5 mil hectares-, seguido por Rondônia, com 70,5 mil hectares e logo após a Bahia, com 39,9 mil hectares, que são os principais produtores de conilon.
Por fim, o Levantamento enfoca que a área de cultivo de café conilon vem decrescendo a cada ano, desde a safra 2009 até a presente, pois houve uma redução de 162,1 mil hectares. A Conab atribui tal diminuição de área à tendência dos cafeicultores de promoverem a otimização e aperfeiçoamento do manejo dessa cultura, além da utilização de novas tecnologias e de material genético mais produtivo.