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Cuidados com lavoura forrageira exigem atenção com plantas daninhas

O capim amargoso é uma das mais frequentes plantas daninhas

Cuidados com lavoura forrageira exigem atenção com plantas daninhas

No período entre abril e maio, quando o plantio de lavouras já foi realizado no Semiárido brasileiro, alguns cuidados são importantes para permitir melhor produtividade. A prevenção e o controle de plantas daninhas  - aquelas que podem causar prejuízo a atividades humanas, como produção de forrageiras – merece atenção nas propriedades rurais. Entre as espécies mais comuns no Semiárido estão a tiririca (Cyperus rotundus), barba de bode (Aristida longiseta), capim amargoso (Digitária Insuláris), gitirana (Ipomea glabra), caruru (Amaranthus deflexus), salsa (Bowlesia incana), mata pasto (Senna obtusifolia), capim carrapicho (Cenchrus echinatus) e capim pé de galinha (Eleusine indica).

Ao contrário dos ataques de pragas e doenças, provocados geralmente por uma ou poucas espécies, a infestação de plantas daninhas é causada por muitas espécies, dificultando o seu controle e provocando perdas significativas para a lavoura usada para alimentação animal ou humana. Em culturas como o sorgo, quando não se emprega método de controle para essas plantas, a redução na produção de grãos pode chegar a 71%.

Além da queda na produtividade de grãos, outros problemas podem ser provocados, como a proliferação de pragas e doenças que têm as plantas daninhas como hospedeiras; a dificuldade de realizar colheita mecanizada, com infestação de espécies trepadoras; aumento de impurezas e perda de qualidade dos grãos colhidos. As soluções para minimizar o problema estão na adoção de medidas preventivas e de métodos de controle das plantas daninhas.

A prevenção se dá por meio de cuidados como o uso de sementes de qualidade e a limpeza de máquinas e equipamentos agrícolas antes de movimentá-los de uma área de campo para outra. “Todos os implementos e maquinas agrícolas devem ser limpos, pelo menos com água corrente, sempre que o produtor for mudar a área de plantio, para evitar que sejam levados, de uma área para outra, torrões de solo contendo sementes de plantas daninhas”, orienta o engenheiro agrônomo Lucas Oliveira, analista da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE).

Também é recomendável que o produtor rural verifique a qualidade e procedência das sementes de adquire, para evitar a presença de sementes de plantas daninhas. “Sementes de boa qualidade são ensacadas com menos detritos e sujeira. Por isso, recomenda-se sempre a compra de materiais certificados pelo Ministério da Agricultura, pois estes passam por testes de germinação e pureza que podem ser comprovados”, acrescenta Lucas.

Métodos de controle

Diante da necessidade de adotar métodos de controle, existem diferentes alternativas para evitar a disseminação: o método cultural (com roço e técnicas de plantio), o método mecânico (com uso de capina para controlar as plantas daninhas), o método químico (com uso de herbicidas).

De acordo com Lucas, os principais critérios para a escolha do método de controle são: tamanho da área da propriedade, disponibilidade de mão de obra e de recursos. “O manejo cultural depende muito de mão de obra e apresenta maior viabilidade em áreas pequenas. O manejo químico demanda maior disponibilidade de recursos, por conta do preço dos produtos e, geralmente, apresenta maior viabilidade econômica em áreas maiores, por ser apresentar resultados mais rápidos e duradouros do que o manejo cultural”, exemplifica Lucas Oliveira.

O método cultural de controle tem como objetivo aumentar a capacidade competitiva das plantas forrageiras por luz e nutrientes em relação às plantas daninhas. Para isso, emprega técnicas como espaçamento reduzido entre fileiras de plantio, uso de variedades de forrageiras mais adequadas às regiões de cultivo, observação da época adequada para plantio. Tem menor custo em relação aos demais e integra práticas que já fazem, naturalmente, parte dos sistemas de produção.

No caso do método mecânico, há possibilidade de uso da capina manual ou mecânica. Na primeira alternativa, muito usada em pequenas propriedades (um ou dois hectares), são feitas capinas com enxada para que o crescimento da planta forrageira contribua para reduzir as condições favoráveis à germinação e crescimento das plantas daninhas. Já a capina mecânica traz o uso de cultivadores (tracionados por animal ou trator) para controlar as plantas daninhas na área da cultura forrageira.

A outra alternativa é o controle químico, com uso de produtos herbicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para controle das plantas daninhas. “O herbicida deve ser escolhido de acordo com a cultura plantada e com a planta daninha que quer ser controlada. Os produtos disponíveis no mercado informam para quais culturas eles são indicados e que tipo de plantas daninhas eles controlam, incluindo a época de aplicação. O produtor deve sempre consultar um agrônomo ou técnico que irá ajudá-lo a escolher o produto mais adequado para cada situação.”, recomenda Lucas Oliveira.

Existe também a possibilidade do controle integrado de plantas daninhas, com utilização conjunto dos diferentes tipos de manejo, envolvendo monitoramento da área e aplicação de controle cultural ou químico a partir da avaliação do local. Esta alternativa demanda maior disponibilidade de pessoal, mas pode trazer vantagens como otimizar recursos de produção, minimizar impactos ambientais e permitir à cultura expressar melhor produtividadade.

“No manejo integrado de plantas daninhas, a maioria das intervenções são de monitoramento e avaliação da cultura, resultando em menores gastos para o produtor. As intervenções na lavoura são realizadas apenas quando as plantas daninhas começam a oferecer dano econômico à cultura principal. Desta forma, com esse tipo de manejo, são utilizadas quantidades menores de herbicidas e de tratos culturais, como o roço”, esclarece Lucas.

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