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Empresários arrematam sacas de café robusta de Rondônia em leilão da ABIC
Empresários de Rondônia e do Paraná arremataram sacas do café campeão em qualidade do 16º edição do Concurso Nacional ABICDois empresários arremataram o robusta amazônico de produção rondoniense, que venceu a 16º edição do Concurso Nacional ABIC de Qualidade. Eles são de Curitiba (PR) e Ji-Paraná (RO).
Umas das sacas foi arrematada por R$ 1.600. Já a outra, por R$ 1.550. O valor é cinco vezes maior do custo de mercado (em média de R$ 300).
As sacas são do cafeicultor de Alto Alegre dos Parecis (RO) Alex Marques de Lima. Ele conquistou 7,48 pontos no café e ficou em primeiro lugar no concurso pela categoria conilon/robusta.
O leilão ocorreu entre os dias 10 e 12 de fevereiro. Segundo a Associação Brasileira de Indústria do Café (ABIC), 20 empresas fizeram lances, arrematando R$ 56.800 mil no total. O preço médio por saca foi de quase R$ 2 mil.
O empresário de Curitiba (PR) é o barista tetracampeão Léo Moço. No ano passado, Moço ficou em segundo lugar no Campeonato Brasileiro de Barista, durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG). Com o café de Alex em mãos, Léo deseja espalhar os sabores amazônicos e valorizar a agricultura familiar de Rondônia.
"É com grande prazer que adquiri a saca do café robusta amazônico de Rondônia da Família Lima. Poder servir essa bebida e representar os sabores amazônicos e o trabalho desses pequenos produtores familiares", disse.
O empresário Vando Teixeira (Café Quentinho), que é de Ji-Paraná e arrematou a outra saca, reforçou estar feliz pelo avanço do café, além de ser mais um que poderá preparar o robusta amazônico, pois, segundo ele, tem "suas particularidades e são finos também".
"Vamos fazer desse café uma obra prima, de qualidade e aproveitando tudo o que tem dos atributos para que todos os que provarem do café saberão que é da Amazônia e que aqui há preservação e sustentabilidade também", declarou.
Para o cafeicultor e vencedor Alex Lima, esse tipo de evento não apenas reconhece o trabalho do pequeno produtor, mas valoriza as regiões produtoras, como é o caso de Rondônia.
"Estou muito feliz com esse resultado. Tudo é uma resposta do trabalho árduo da agricultura familiar que realizamos na nossa pequena propriedade", disse.
1ª vez em leilão
Pela primeira vez, duas sacas de um robusta amazônico produzido em Rondônia foram arrematadas na última quarta-feira (12) no leilão que reuniu os melhores cafés nacionais da ABIC. A ação durou dois dias.
A participação de amostras de café robusta é inédita no concurso. "É um produto regional e tem qualidade para exportação e ser comercializado por consumidores mais exigentes do país. É um reconhecimento ímpar", disse Enrique Alves, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Rondônia.
Conforme Enrique, o valor mínimo para os compradores arrematarem os produtos era de R$ 865. O café de Alex, por exemplo, esteve entre os mais disputados.
Dezenas de cafeicultores participaram da competição e, na última semana, um júri especial votou nos melhores cafés do país.
O 16º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café – Origens do Brasil – safra 2019 teve um número recorde de participantes: foram 15 regiões produtoras brasileiras, onde somaram 44 amostras.