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Estabelecimentos com uso de agricultura irrigada crescem em mais de 50% em 11 anos

Irrigação garante o cultivo sem depender da chuva

Estabelecimentos com uso de agricultura irrigada crescem em mais de 50% em 11 anos

Um dos processos mais relevantes para o desenvolvimento da produção agrícola, a irrigação vem ganhando terreno significativo na agricultura brasileira. De acordo com dados do Censo Agropecuário de 2017, o número de estabelecimentos que fizeram uso da técnica aumentou 52,6% em comparação com 2006. Nesses 11 anos, a área total irrigada também cresceu em números parecidos: 47,6%. São mais de 500 mil estabelecimentos e área total de 6,7 milhões de hectares.

Dispor dessa tecnologia permite que o produtor não dependa exclusivamente da chuva para o cultivo. “A planta precisa ser bem nutrida com água. Não havendo escassez de água, a plantação fica com o máximo de potencial. E acaba produzindo mais”, explica Marcelo de Souza Oliveira, analista do IBGE.

Há diversos métodos de irrigação disponíveis atualmente. De acordo com o Censo Agro, os mais utilizados pelos produtores no Brasil foram a irrigação por gotejamento, a molhação, a aspersão convencional e a microaspersão.

Marcelo esclarece que nem sempre a área de produção recorre à irrigação por conta do clima seco. “Às vezes, um rio passa perto da área de plantação, por exemplo. Então, a irrigação pode explorar isso. Nada mais é que planejar o uso da água, sem esperar a chuva que poderá ou não vir daqui a alguns meses”, justifica.

Projetos atraem e impulsionam produção

Marcelo acredita que projetos vinculados à irrigação favorecem e tornam mais atraente a área para quem quer produzir. Isto se reflete nos números de Sergipe, por exemplo, estado onde houve crescimento de mais de 90% no número de estabelecimentos com uso da irrigação entre 2006 e 2017.

Para Saymo Fontes, engenheiro agrônomo e gerente técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o estado tem um histórico de insegurança dos produtores em relação à baixa ocorrência de chuvas. “Há também a necessidade de otimização do uso da terra e da busca da estabilidade da produção ao longo do ano”, complementa.

De acordo com o engenheiro agrônomo, os principais desafios para o produtor rural que deseja ter sua propriedade irrigada são o acesso à água – principalmente em locais como o semiárido sergipano – e a elevada salinidade e sodicidade do lençol freático. Além disso, tanto o acesso à energia elétrica de qualidade quanto o elevado custo para implantação dos sistemas tornam o procedimento muito caro para o produtor que pensa em fazer isso por conta própria.

 

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