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Excelência na produção agrícola de Rondônia e do Brasil é debatida no Ministério da Economia
Dentre as commodities agrícolas que mais se desenvolveram recentemente, o café rondoniense tem se despontado.Com a importância da produção agrícola na sustentação da economia do Brasil e em especial no Estado de Rondônia, o Poder Executivo local tem incentivado a busca de maior qualidade dos produtos que são oferecidos ao consumidor. Dentre as commodities agrícolas que mais se desenvolveram recentemente, o café rondoniense tem se despontado, principalmente pelos selos nacionais e internacionais que vem acumulando.
Com recentes geadas que acometeram em várias partes do Brasil, a expectativa é de que por mais de dois anos o país tenha dificuldade na comercialização do grão. Para dirimir os problemas de desabastecimento do produto, o vice-governador de Rondônia, José Jodan reuniu-se, nesta quinta-feira (19), com o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida e o subsecretário de Política Agrícola e Negócios Ambientais, Rogério Boueri, ambos do Ministério da Economia.
Acompanhado por cafeicultores de diversos Estados da federação, José Jodan, informou que a produção brasileira tem sido comercializada a um valor abaixo do razoável comparativamente a outros países. Ele ressaltou que há países que misturam o café brasileiro em sua composição e vendem por preço superior. “Venho por orientação do governador Marcos Rocha destacar que há regras impostas ao produtor que inviabilizam a competição do café Arábica, Robusta e Conilon brasileiros”, disse. O vice-governador de Rondônia sugeriu que fosse discutido o tema com o ministério e com todos os produtores do gênero em Rondônia e no Brasil. Ao final, José Jodan ressaltou que a produção brasileira precisa ser reconhecida como de excelência dentro e fora do país.
Sachsida ressaltou que o momento é propício ao debate e pediu um encaminhamento formal ao Ministério da Economia, para que com a liberdade de mercado seguida como política comercial encontre o equilíbrio entre o consumidor e o produtor.
O presidente da Associação dos Cafeicultores do Brasil (Sincal), Armando Matiello, enumerou a produção nacional e a dificuldade que os pequenos e médios produtores enfrentam. “Temos mais de 308 mil produtores em mais de dois milhões de hectares. Porém no crédito rural voltado ao café, o produtor tem um ano para iniciar o pagamento”, explicou. Segundo ele, quando o produto é colhido, o dono da propriedade já está no limite para começar a pagar o crédito. Por isso, ele muitas vezes, vende abaixo do custo para não ficar inadimplente.
Foi encaminhado ao Ministério da Economia um pedido para a avaliação de que o crédito comece a ser quitado com no mínimo dois anos. Desta forma, o agricultor tem tempo para colher no momento certo, vender o produto com qualidade, para estimular a competição e agregar um melhor custo ao consumidor.
O secretário Adolfo Sachsida, esclareceu que o Ministério pode averiguar o assunto e que este também pode entrar no rol de demandas ao órgão. Ele pontuou que um dos instrumentos de mensuração do nível de qualificação do investidor, denominado “suitability”, pode ser desenvolvido no setor. A recomendação é de que o produtor tenha o conhecimento adequado para poder vender e desta forma a qualidade do produto brasileiro seja levada em consideração na hora de firmar o negócio.
Além de vários concursos como o Concafé que têm estimulado a produção com mais qualidade, em junho de 2021, o Estado de Rondônia recebeu a concessão da Indicação Geográfica, na espécie Denominação de Origem para o café das Matas de Rondônia, que foi publicado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na revista da Propriedade Industrial (RPI). É o primeiro Estado do Brasil e a primeira unidade do mundo a ter uma identificação para espécie de café Coffea Canephora.
O relatório mostrou a diferença da produção do café de Rondônia com relação a outras regiões do Brasil e do mundo. A base genética das plantas responsáveis pela produção de 80% do café local advém das variedades conilon e robusta. A consequência desse cruzamento é um café diferenciado, que passou a ser chamado de Robustas Amazônicos.