#Agricultura
Festival fortalece a produção de banana e debate medidas contra pragas e fungos em Rondônia
Entre as várias áreas do agronegócio, a fruticultura vem sendo largamente adotada por pequenos e médios produtores e tem fortalecido a agricultura familiar. A produção de frutas é lucrativa, podendo ser comercializada no mercado interno e externo. Nesse contexto, destaque para o plantio de banana que vem sendo cada vez mais crescente na região de Cujubinzinho, distante 7 quilômetros de Porto Velho. Os agricultores daquela região durante dois dias (sexta-feira, 18, e sábado, 19) participaram do 1º Festival de Banana, realizado na sede da Associação de Produtores Rurais de Cujubinzinho (Asprol).
No último sábado (19), por exemplo, a programação teve como ápice à exposição da Vitrine Tecnológica da banana; o Festival Gastronômico; palestra que trouxe à tona os cuidados que devem ser mantidos contra as pragas e doenças que atacam as bananeiras; bem como o concurso com a escolha do melhor prato derivado da fruta, maior cacho de banana, entre outros.
Uma das maiores vantagens da bananicultura é o retorno mais rápido do investimento, conforme explicou o gerente local da Emater, Dionísio Quiroga, que esteve durante os dois dias de Festival levando importantes informações aos agricultores sobre o plantio da banana. Todas as ações desenvolvidas para as assistências aos agricultores de Cujubinzinho vão ao encontro do Plano Estratégico do Governo de Rondônia apresentado para o eixo Desenvolvimento Econômico, com foco ao incentivo à agroindústria familiar e o desenvolvimento dos setores econômicos prioritários, com a finalidade de gerar renda e vagas de trabalho.
A 1ª edição do Festival da Banana teve a participação de parceiros como as secretarias municipais e estaduais de Saúde (Sesau), de Agricultura (Seagri) e (Semagric), além do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), o Serviço Social do Comércio (Sesc) entre outros órgãos.
“A banana é apontada como o carro chefe na agricultura desta região de Cujubinzinho, bem como um dos principais produto produzidos em Porto Velho. A ideia é, junto com a comunidade, garantirmos um incentivo maior para os produtores visando melhorar tanto a parte produtiva quanto a qualidade, bem como trazer mais tecnologia para o campo com informações para que eles possam produzir mais. Também é uma forma de agradecimento para esses agricultores que tanto trabalham e poucos são conhecidos”, destacou Dionísio Quiroga, lembrando que a maioria dos agricultores daquela região também exerce a função de pescador.
Na comunidade, por exemplo, há mais de 150 famílias ribeirinhas que também atuam nas atividades da agricultura, ou seja, destaque para a proatividade, como bem apontou Dionísio. O fortalecimento da agricultura da banana também é defendido pelo presidente da Asprol, Raimundo Ribeiro (Louro), que enalteceu o suporte dado tanto pela Emater quanto pelos demais órgãos envolvidos com a agricultura. Louro, como é conhecido na região, destacou o assessoramento que os agricultores têm recebido, principalmente como o foco maior na comunidade.
O presidente da Asprol acredita que por semana saem da região de Cujubinzinho cerca de mil cachos de banana que são levados para serem comercializados em Porto Velho e outros municípios dentro e fora do Estado.
Durante a programação do 1º Festival, os agricultores participaram de uma palestra ministrada pelo engenheiro agrônomo da Embrapa, José Nilton Medeiros, que abordou doenças que atacam as bananeiras consideradas umas das maiores preocupações entre os produtores, pois são responsáveis por elevadas perdas na produção.
Segundo explica o agrônomo, no decorrer de todo o ciclo vegetativo e produtivo da bananeira, ela pode ser afetada por várias doenças, as quais podem ser causadas por fungos, vírus. Daí a importância de todos os agricultores terem mais conhecimentos visando evitar as chamadas pragas que podem comprometer toda a produção.
EXPERIÊNCIAS
Satisfeitos com a produtividade, alguns produtores rurais destacam todo o cuidado que mantêm para que possam levar ao mercado consumidor o melhor produto. A bananicultura na região de Cujubinzinho tem fortalecido tanto o homem quando a mulher no segmento.
Roseli Leal, produtora há mais de 26 anos, disse que já vendeu através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), mas hoje em dia vende somente para marreteiros, que são os atravessadores que compram mais barato do produtor e levam para revender no comércio. “Vim participar do evento porque apesar de trabalharmos com o plantio, colheita e venda da banana há muito tempo, temos a necessidade de adquirir mais experiência. A minha expectativa na verdade é ouvir um pouco mais sobre as doenças e pragas que atingem a banana, pois aqui na região temos alguns bananais contaminados com fungo e a praga da broca, que é que mais está atacando. Já trabalhamos a banana modificada no intuito de evitar essas doenças, mas a gente ainda tem muito o que melhorar e apesar de sermos produtores, precisamos também do conhecimento técnico, que é o que viemos buscar na palestra”, comentou.
Maria Jose, produtora há pouco mais de 4 anos, se considera iniciante na área, e além de plantar e vender a banana, faz uso da fruta para produção e venda de derivados. “Sou nascida e criada na região do baixo Madeira, mas só comecei a produzir, colher e vender na Feira Sabor do Norte, que acontece todas as quartas-feiras na avenida Imigrantes, há quatro anos. Atualmente estou procurando uma nova alternativa de renda que é a coxinha de banana que estará concorrendo no concurso de degustação do festival. Para fazer a massa da coxinha, eu uso a fruta, mas além de fazer o salgado eu também faço bolos e doces”, argumentou.
Ivo Alves de Oliveira, um dos produtores mais antigos da região, atua há 37 anos com o plantio de banana e destacou a importância de levar mais informações aos produtores. “Na minha rotina com atualmente é Deus quem manda. Tem sido difícil lidar com a broca e já passei por momentos de querer desistir de plantar por conta dessas pragas. O Festival da Banana é um presente para a comunidade, pois o aluno sem professor não é nada. O produtor quando está sozinho fica desorientado e essa iniciativa da Emater de trazer a instrução técnica nos dá uma expectativa de melhora e uma motivação para insistir nos bananais”, disse esperançoso Ivo.