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Governo discute ações de fortalecimento para a produção e comercialização da castanha-do-brasil em Rondônia
Rondônia tem potencial para produzir até 10 mil toneladas por ano de castanha-do-brasil.Com o intuito de fortalecer a produção e promover a comercialização da castanha-do-brasil em Rondônia, o governo estadual, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), se reuniu com representantes da Câmara Setorial do Agroextrativismo, da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e Secretaria de Estado da Educação (Seduc) para discutir ações de melhorias que possam desenvolver o setor.
Durante a reunião, a presidente da Câmara Setorial do Agroextrativismo, Lúcia Waldt, apresentou um levantamento realizado pela Câmara durante o ano, sobre a atual situação da castanha no estado da produção a comercialização. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rondônia produz em torno de duas mil toneladas por ano de castanhas, mas, conforme aponta o levantamento, tem potencial para produzir até 10 mil toneladas por ano, podendo gerar renda anual de mais de R$ 200 milhões, somente com a castanha-do-brasil.
“Trabalhamos neste ano com um diagnóstico para entender a cadeia da castanha no Estado e agora temos uma visão melhor da realidade do setor. A ideia é apresentar os resultados para que o Governo tenha ciência do que está sendo feito e para que possamos articular algumas ações”, disse Lúcia.
Também foram discutidas ações de incentivo para o setor, entre elas, a criação de um projeto em parceria com a Seduc para a inserção da castanha na merenda escolar; o aumento da comercialização do produto no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Estadual e Federal, que este ano adquiriu 1.300 quilos de castanhas descascadas e embaladas a vácuo pelo PAA Rondônia, da cooperativa Coocasin, resultando no valor de mais de R$ 64 mil; formalização das agroindústrias voltadas ao setor e uma possível cooperação bilateral com a Bolívia, com o intuito de trabalhar com o mercado externo.
A maior parte da produção da castanha de Rondônia é realizada por povos indígenas, seringueiros e quilombolas, responsáveis por ocupar uma área de 33% da extensão territorial do Estado. “Nós temos um Estado com 30 áreas indígenas e 24 extrativistas. As áreas indígenas contém os maiores produtores, seguido pelas reservas extrativistas, de comunidades tradicionais. Nós temos uma população de 15 mil pessoas que estão nas terras indígenas e Resex, que podem manter seus modos de vidas pela questão, social, econômica e sustentável”, explicou Plácido Costa, membro da Organização Pacto das Águas.
De acordo com o secretário da Seagri, Evandro Padovani, atualmente, a produção mundial de castanhas vem de florestas nativas, sendo um grande símbolo de conservação. Possui várias características biológicas e ecológicas que fazem com que ela seja extraída dentro da floresta.
“O principal objetivo é agregar valor ao produto. Nós temos em Rondônia um agronegócio pujante, com sementes, grãos e pecuária muito fortes, por isso acreditamos que os produtos da floresta podem ser colocados nos mesmo termos, além de gerar uma grande renda para o Estado. Vamos buscar desenvolver vários projetos para valorizar a produção e comercialização dentro e fora do Estado”, ressaltou Padovani.