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Governo discute alternativas para combater nematoides nas mudas de café nos viveiros de Rondônia

Até outubro de 2020, cerca de 50 milhões de mudas de café certificadas foram produzidas no Estado.

Governo discute alternativas para combater nematoides nas mudas de café nos viveiros de Rondônia

O Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), realizou uma reunião para tratar sobre os recentes casos de ocorrência confirmada de nematoides do gênero Meloidogyne spp. em mudas de café de viveiros e a destruição dos lotes de mudas aos produtores rurais.

Durante a reunião, todos os questionamentos encaminhados pelo setor produtivo de café foram discutidos, considerando os aspectos técnicos, econômicos e sociais, com representantes da Comissão de Sementes e Mudas do Estado de Rondônia (CSMRO), Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado (Idaron), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa/SFA-RO), Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Mapa do Estado do Espírito Santo.

Alterações nas regras do programa de Certificação de Mudas, controle do nematoide, regras para os viveiristas, redirecionamento das mudas de café, benefícios do Programa de Certificação, a importância do responsável técnico, envio das mudas contaminadas aos laboratórios, a possibilidade da criação de um fundo ou seguro para minimizar os riscos de produção de mudas de café foram os assuntos discutidos pelos participantes, com o intuito de buscar melhorias e soluções para o aparecimento das pragas e fortalecimento do setor.

De acordo com a CSMRO, as mudas de cafés contaminadas são a principal forma de disseminação de pragas para as demais lavouras. Por este motivo, debateram a necessidade e importância de ofertar mudas de café produtivas e com garantia da qualidade sanitária, destacando que as mudas contaminadas com nematoides comprometem definitivamente o solo e a sustentabilidade do agronegócio do café e, consequentemente, o futuro do produtor de café rondoniense.

A produção de mudas de café é normatizada pela Instrução Normativa Federal do Mapa nº 35, de 29 de novembro de 2012, e no Estado de Rondônia a produção e comércio de mudas de café é fiscalizada pela Idaron, através da Portaria Estadual n° 558 de 1 de janeiro de 2016, em um Programa de Certificação Fitossanitária reconhecido pelo Mapa. As duas legislações estabelecem que amostras de raízes de café devem ser coletadas e analisadas em laboratório antes da comercialização, para verificar a presença de nematoides do gênero Meloidogyne spp., praga que pode ocasionar grande dano ao café e outras culturas com a contaminação do solo.

Conforme consta na Portaria Estadual Idaron n° 558, caso o resultado das análises comprovar a presença de Meloidogyne spp., as mudas devem ser imediatamente destruídas, pois até o momento não existe forma de controle do nematoide nas mudas, podendo colocar em risco a sustentabilidade da cafeicultura.

Em 2017, o número de mudas contaminadas por nematoides foi de aproximadamente 5% , reduzindo para aproximadamente 1%, em 2018, e cerca de 3% em 2019. Esse resultado demonstra a evolução no controle da introdução e disseminação de nematoides nas mudas de café produzidas no Estado que passam pelo processo de Certificação Fitossanitária de Origem.

Conforme pontuou a Idaron, atualmente, Rondônia possui 103 viveiros registrados. Desde o início da vigência da norma Estadual até outubro de 2020, cerca de 50 milhões de mudas certificadas foram produzidas no Estado, o que corresponde a cerca de 16 mil hectares de lavoura plantada ou renovada com mudas sem nematoides, beneficiando centenas de famílias.

De acordo com o secretário da Seagri, Evandro Padovani, neste momento está sendo realizado entre os órgãos técnicos e a Câmara Setorial do Café, um diálogo com os viveiristas, com o objetivo de buscar alternativas para que os agricultores continuem produzindo mudas de qualidade e com menos prejuízos sanitários.

“Vamos nos reunir com os viveiristas para que juntos com o setor privado possamos encontrar soluções e alternativas para que a cafeicultura do nosso Estado continue mais forte. A Seagri está coordenando todo esse processo para alcançarmos um resultado positivo e evoluir”, disse Padovani.

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