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IFRO Campus Cacoal realiza primeira colheita de café
A colheita inicial, chamada de “catação” foi executada juntamente com os alunos dos terceiros anos dos Cursos Técnicos em Agropecuária Integrado ao Ensino MédioO Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Cacoal, realizou na quinta-feira (25) sua primeira colheita de café. Localizado no município que é considerado a "Capital do Café", o Campus Cacoal desde 2016 vem direcionando as suas atividades agrícolas ao plantio, pesquisas e estudos relacionados a todo o processo de produção.
Atualmente a unidade possui parcerias com inúmeros órgãos e entidades ligadas ao café na região, no Estado e no Brasil, conforme relata o Professor Davys Sleman de Negreiros, Diretor-Geral do Campus Cacoal. "Desde que, juntamente com toda a equipe técnica, decidimos instaurar uma identidade ao campus vinculada ao arranjo produtivo local e social que é o café, iniciamos a implantação de unidades produtivas de pesquisa, de laboratórios e capacitação em todo o país, o que nos posicionou como entidade de ensino, pesquisa e extensão, diretamente vinculada a todas as ações direcionadas ao grão no estado de Rondônia", explica.
Especificamente em maio de 2017, o Campus Cacoal recebeu material de três viveiristas cafeeiros premiados para iniciar os trabalhos e implantar a cafeicultura. Após isso, foram firmadas parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e com a Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (EMATER-RO). A partir disso, os professores do campus monitoram, juntamente com os educandos, a qualidade da produção do café na unidade. “Há dois anos nós plantamos o café e hoje estamos fazendo a primeira colheita. Essa primeira colheita é muito marcante para nós, pois hoje nos firmamos como instituição de referência em relação ao café” elucidou o professor e Chefe do Departamento de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão (DIEPE), Dierlei dos Santos.
O Campus Cacoal vem obtendo diversas conquistas, a partir do fortalecimento da produção cafeeira na unidade. Nesse ano, foi firmado um convênio de Cooperação Técnica Financeira com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), do Ministério da Indústria e Comércio, no valor de R$ 482.000,00, para expansão e reestrutura do Laboratório de Solos e Plantas, visando ao atendimento dos cafeicultores vinculados aos municípios pertencentes à Indicação Geográfica "Cafés de Rondônia". Também foi estabelecida uma parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (SEAGRI) para implantação dos Laboratórios de Qualidade do Café: 1º Laboratório de Análise Física e Sensorial do Café e o 2º Microtorrefação para cafés finos, num montante de R$ 246.100,00.
A colheita inicial, chamada de “catação” foi executada juntamente com os alunos dos terceiros anos dos Cursos Técnicos em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio. Foram realizados diversos procedimentos quanto à colheita do grão. Desenvolvida dentro da disciplina de “Produção Vegetal III”, a “catação” do café proporcionou aos alunos estudos teóricos juntamente à prática. Os estudantes fizeram diversas anotações, tiraram dúvidas pertinentes ao plantio, ao cultivo e à colheita, enfim, todo o processo de produção cafeeira. Foram colhidos materiais de sete clones diferentes, todos da colheita, que será beneficiada e servida em forma de bebida aos alunos, porém em um dos clones de café foi realizada a colheita de grãos maduros e verdes, para que após a torrefação e moagem os estudantes possam perceber a importância da colheita no período correto de maturação, bem como o cumprimento categórico de cada etapa. “É muito marcante esse momento para nosso campus. Quando se estuda as hortaliças, por exemplo, os alunos têm a oportunidade de conviver com a cultura por todo o seu ciclo, desde o plantio até chegar no momento da colheita. Quando nós não tínhamos ainda a lavoura no campus os alunos acabavam, algumas vezes, não podendo vivenciar essa etapa e na cafeicultura a etapa da colheita e pós-colheita é extremamente importante para obter um produto de qualidade, então, os alunos a partir de agora tendo todo ano a oportunidade de vivenciar isso vão conseguir aproveitar muito mais. Além disso, destaco o excelente trabalho dos professores de Produção Vegetal III, Dierlei dos Santos e Dheimy da Silva Novelli que têm feito um trabalho bacana em que os alunos ficam responsáveis o ano inteiro por conduzir os cultivos, eles estão desde o início do ano cuidando desse café fazendo toda a parte de adubação e de condução e agora têm a oportunidade de fazer a colheita que é a conclusão. Todos alunos estão ansiosos para poder torrar e provar esse café e verem o fruto do trabalho deles. Acredito que isso é extremamente importante, essa convivência diária desde o início até o fim da produção do café”, revelou a engenheira agrônoma Larissa Cristina Torrezani Starling Reinicke, docente dos cursos de Agropecuária no Campus Cacoal.
A aluna Hélen Soares Vitório concluinte do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, que desde o início do curso em 2017 vem trabalhando no cultivo do café junto aos professores das disciplinas ligadas ao cultivo da planta, conta sobre as impressões da turma ao participar desse momento educativo no campus. “Ficamos muito felizes por ter o privilégio de estar colhendo nesta primeira safra do café, pois após muito estudo, todo o cuidado diário, adubando, desbrotando [...] Chegar à fase da colheita nos traz uma satisfação imensa de dever cumprido. Saber que conseguimos chegar a esta fase nos deixa mais tranquilos por percebermos que como técnicos seremos capazes de realizar o mesmo nas propriedades que iremos prestar nossos serviços após concluir o curso”, declarou a aluna.