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Mulheres do campo são referências no desenvolvimento do agronegócio, piscicultura e artesanato de Rondônia

Mulheres do campo são referências no desenvolvimento do agronegócio, piscicultura e artesanato de Rondônia

Elas são esposas, filhas, mães, avós, amigas, empreendedoras e suas virtudes são formadas com força de vontade, organização e carisma, as mulheres do campo sentem-se realizadas com a vida rural e não perdem a oportunidade de arregaçar as mangas e conquistar seu espaço no cenário do agronegócio. As produtoras rurais, Lídia, Maria Isabel e Rosicleia são três guerreiras moradoras das margens do rio e reassentamentos de Rondônia. Com suas famílias desenvolvem trabalhos com a pesca, viveiros, hortaliças, artesanatos e abates de animais, onde a produção é comercializada nas feiras das cidades e em eventos para produtores rurais do Estado.

Lídia Oliveira Varini tem 44 anos e mora com o marido no reassentamento São Domingos, cerca de 24 quilômetros após a ponte, sentido Humaitá (AM). Especialista no cultivo da flor Rosa do Deserto, sua rotina é de cuidado com as plantas no viveiro, que cultiva há três anos. “Acordo cedo e não paro mais. Cuido das plantas, das flores, dos peixes, da limpeza do lote e das verduras”.

O empreendimento iniciou com uma demonstração de amor sutil quando comprou uma flor para si mesma e descobriu a possibilidade de polinizar e produzir sementes, desenvolvendo assim uma plantação com cerca de 1,2 mil mudas em giro, conforme a venda. Com a criação de tambaquis em cativeiro, Lídia e o marido, que ama agronomia, decidiram largar a vida urbana para viver na área rural. Com o despertamento para as plantas, a produtora se aperfeiçoa com pesquisas na internet e cursos especializados.

                                                                                                                                                          Admirada com a vida rural, Maria saiu da cidade para produzir no sítio.

Maria Izabel, com 43 anos é agricultora no reassentamento Riacho Azul, onde mora com o esposo e um dos dois filhos. Cultiva macaxeira (mandioca pra farinha) e possui tanque de peixes e criação de galinha caipira, pato, porco e gado.  Vovó há pouco mais de um mês, Maria começou a trabalhar com a pesca e envolvida com admiração pelo ofício, se desenvolveu na agricultura e decidiu fazer seu lar na área rural, acreditando que o neto crescerá em meios aos animais no sítio.

Sua rotina começa quando o galo canta. Maria toma seu café de manhã e segue para os afazeres com a alimentação dos animais, limpeza do pinteiro de aves, colheita dos ovos da chocadeira, dentre tantas funções que administra em seu sítio, para vender os produtos com a ajuda de amigas nas feiras populares de Porto Velho, onde também vende lanches. “Acho que eu vivo sossegada e se eu não estivesse lá, meu marido não levava adiante”, disse Maria, que conhece cada pedacinho da propriedade e faz a produção acontecer.

A artesã, piscicultora e agricultora Rosicleia Batista de 39 anos mora com o esposo e quatro filhos na agrovila Novo Engenho, localizada na margem esquerda do Rio Madeira em frente ao Porto Cai N’água, na capital. Aprendeu a pescar com o marido, com quem saiu da cidade e foi morar no sítio, onde teve a vida transformada por completo. Rose, como é conhecida pelos clientes e amigos feirantes, trabalha unida com a família na pesca e, no período do defeso (atividades de caça, coleta e pesca ficam vetadas ou controladas), desenvolve seu talento também com o artesanato. Empreendendo junto à cunhada, a produção de artesanato é constante durante quatro meses no ano. Nesse período, a mulher guerreira e de coração bom, como a descrevem, perde o sono e até nas madrugadas a criatividade não tem limite.

                                                                                                                                                   Rosicleia (à esquerda) e a cunhada trabalham juntas nas feiras de exposição do Estado.

Rose fez um curso de artesanato há seis anos, promovido pela Santo Antônio Energia e Emater, e aperfeiçoa seu trabalho buscando referências na internet, inovando para agradar os clientes. “Me adaptei bem e aumentou minha renda, ajudando muito em casa. Não consigo ficar parada, sempre estou buscando coisas novas. Não é uma vida difícil”, afirmou a agricultora que costumava ficar horas observando o manejo com os peixes e hoje não consegue viver sem a pesca e o artesanato, reconhecendo-se como uma mulher realizada. “Eu me sinto feliz ajudando as pessoas”. Com um projeto pessoal, Rose tem o objetivo de ir ao baixo madeira ensinar artesanato às mulheres, de forma solidária, com o propósito de proporcionar uma opção de renda para as ribeirinhas.

As três mulheres do campo são participantes assíduas dos eventos de agronegócio do Estado de Rondônia e das feiras de exposição promovidas pela Emater, mediadora do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que prevê a compra de alimentos produzidos pelos agricultores e entrega para as escolas.

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