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Queda nos preços dos combustíveis beneficia etanol, diz consultoria
Para especialista, principal ponto positivo da medida anunciada pela Petrobras é a transparência na formação dos preçosA Petrobras anunciou nesta quinta-feira (14/10) que vai baixar os preços da gasolina e do diesel seguindo os preços de mercado. Com a decisão, a estatal pode fixar as cotações independentemente das decisões do governo federal. Segundo a empresa de consultoria Bioagencia, a medida deve beneficiar a comercialização de etanol.
"Esse reajuste que a Petrobras vai fazer, de certo modo, vai ao encontro do que vimos observando nas últimas semanas, com os preços do etanol subindo, tanto para usinas como para o consumidor. A medida vai ajudar a ajustar a oferta e a demanda do etanol", explica Tarcilo Ricardo Rodrigues, diretor da empresa.
A safra de cana ruim, com quebra em várias regiões, vai produzir menos que o ano passado e reduzir a oferta do biocombustível. "Os preços devem se ajustar nessa sintonia. O setor sucroenergético deve acompanhar, mas o impacto não deve ser muito direto", aposta o executivo.
Ainda segundo Rodrigues, o maior impacto será na formação de preços. "Acho que o impacto maior, que será bastante positivo, é a transparência para a formação de preço. Se o petróleo tiver ajuste, se houver variações no câmbio, nos preços internacionais, a transparência é importante para o setor do etanol se programar e ter visibilidade. Sem interferência política, o etanol vai ter que se adaptar ao mercado".
Já para o biodiesel, que tem na soja a principal matéria-prima, a variação de preços é indiferente. Segundo Erasmo Battistella, presidente da Aprobio (Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil), o biocombustível segue, desde sua criação, a cartilha de preços internacionais. "Nosso preço já é descolado do diesel. A base do biodiesel é a matéria-prima. No Brasil, 80% é feito à base de óleo de soja, por isso tem momentos em que é mais barato ou mais caro, dependendo da oscilação do mercado do grão", explica.
Battistella elogia a decisão da estatal. "A decisão é muito positiva, pois assim o Brasil se iguala à grande maioria dos países do mundo. Do ponto de vista empresarial, vai trazer a realidade do petróleo brasileiro para o nível mundial", finaliza.