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Rondônia mais que dobrou produção de café nos últimos cinco anos
Do início de 2013 até meados de 2017 a produtividade dos cafezais de Rondônia mais que dobrou, mesmo com a diminuição da área plantada, graças à adoção de mudas clonais, irrigação, colheita tecnificada, manejo adequado, secagem mecanizada e armazenamento controlado, além de políticas públicas acertadas e incentivos fiscais e financeiros do Governo de Rondônia.
Em 1965, a família de Clodoaldo Moreira Nunes (pai e dois filhos), plantou oito mil pés de café robusta na fazenda Castanhal, em Cacoal, dando origem a uma das principais riquezas de Rondônia. Sua importância é tal que, quando da elevação de Território Federal para Estado, em 1981, no brasão de armas de Rondônia, se fez constar um ramo de cacau e outro de café, o primeiro nativo e o segundo trazido pelos migrantes, em sua maioria do estado do Paraná.
Em 2013 se colhia menos de 1 milhão de sacas de café, porque grande parte dos pés de Robusta (Conilon) era tradicional – sem aprimoramento genético. Até meados deste ano (2017), já se colheu mais de 2,1 milhões de sacas, pois a adoção de variedades clonais se expande muito rapidamente, graças a políticas públicas acertadas e incentivos fiscais e financeiros do Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).
Outro fator preponderante foi a constante capacitação dos técnicos e extensionistas da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO), que passaram a melhor atender aos pequenos produtores, especialmente os da agricultura familiar.
As ações da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), que intensificou as inspeções e o monitoramento dos viveiros clonais, além de melhorar a qualidade e a sanidade das novas mudas, ampliou de sete viveiros homologados, para cinquenta e oito em todo o Estado.
Evandro Padovani, secretário da Seagri, diz que “uma das primeiras ações de impacto foi a instituição da Câmara Setorial do Café de Rondônia que ocorreu em 16 de agosto de 2013, por meio da portaria nº 42 da Seagri, em que participam representantes da sociedade civil, produtores, empresários e órgãos governamentais envolvidos no processo de melhoria e qualidade do café”.
Em 17 de março de 2015, foi publicada a lei estadual nº 3.516, que institui 10 de abril como o dia de início da colheita do café Conilon em Rondônia, a fim de unificar o plantio e a consequente colheita dos frutos maduros, “pois o café perde peso e qualidade quando colhido verde”, explica Janderson Dalazen, assessor técnico da Emater-RO.
Em 2016 foi criado o Concafé, com o objetivo de incentivar uma melhor produção de café no Estado. O primeiro concurso, realizado naquele ano, com 184 inscritos, apresentou um café de altíssima qualidade surpreendendo especialistas convidados para certificar o produto. Foram distribuídos R$ 25 mil entre os quatro primeiros classificados, três em qualidade e um em sustentabilidade. Todos também receberam a medalha do Mérito Rural Rondon.
O sucesso foi tal que os produtores com melhor qualidade foram convidados a participar da Semana Internacional do Café (SIC), realizada em Belo Horizonte (MG), de 21 a 23 de setembro de 2016. Em 2017, as inscrições para o Concafé foram de 10 de abril a 14 de julho e a fase final com premiação acontece em 21 de setembro, em Cacoal e, assim como no ano passado, os primeiros classificados participarão da SIC.
Em parceria com o Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Conselho de Desenvolvimento do Estado de Rondônia (Conder), a Seagri e a Emater, no período de 2016 a 2019, aplicam quase R$ 6 milhões em Dias de Campo, com palestras e demonstrativos de plantio e manejo que beneficiam, in loco, os agricultores familiares.
Ainda neste ano acontece a regulamentação do Fundo de Apoio à Cultura do Café em Rondônia (Funcafé-RO), criado pela lei nº 2030, de 10 de março de 2009. Após quase oito anos de sua criação, o Funcafé-RO somente agora passa a investir parte da arrecadação dos impostos de industrialização, para fomentar o aprimoramento genético, qualidade e produtividade do café.
Em dezembro de 2016 foram criados dois grandes programas: Plante Mais e Mais Calcário. O primeiro fará até o final deste ano a distribuição de mais de 2 milhões de mudas clonais de café Robusta e, até o final de 2018 entregará aos pequenos produtores em torno de 4 milhões de clones.
O segundo programa, Mais Calcário, está entregando gratuitamente 52 mil toneladas de calcário a todos os municípios de Rondônia (uma tonelada para cada um), a fim de corrigir um hectare de terra em, ao menos, 20.800 propriedades da agricultura familiar.
Diversos produtores independentes, a exemplo de Geraldo Jacomin, maior produtor de clones de café robusta de Rondônia, vem desenvolvendo variedades extremamente resistentes e perfeitamente adaptadas ao clima e solo do Estado. Outra experiência exitosa é a variedade BRS – Ouro Preto, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), de Rondônia, que vem sendo amplamente adotada por plantadores de café em processo de migração do Conilon tradicional, para o clonal.
Outros fatores importantes foram as ações do Departamento de Estradas, Rodagens, Infraestrutura e Serviços Públicos (DER), que visam manter a malha viária estadual em bom estado, o que permite a circulação de veículos durante o ano todo, e com isso garante o escoamento da produção de todos os cantos de Rondônia.
Graças à política produtiva do governo do Estado, a contrapartida dos bancos oficiais (Brasil e Basa) foi imediata. Foram criadas linhas de crédito rural, com juros abaixo do mercado, para aquisição de insumos e equipamentos, capital de giro, investimentos em infra-estrutura e abertura de agroindústrias familiares.
“Nestes quase cinco anos (de janeiro de 2013 a agosto de 2017), investimos muito em qualificação dos nossos técnicos; profissionalização dos pequenos agricultores; desenvolvimento e adoção de mudas clonais de cafés Conilon e Arábica; correção de solos com calcário gratuito da mina pertencente ao Governo (em Pimenta Bueno); adubação orientada por exames laboratoriais e extensionistas da Emater-RO”, enumera Padovani.