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Vazio Sanitário da soja começa nesta quarta em Rondônia
A medida busca diminuir e controlar a ferrugem asiática da soja, umas das principais pragas desse tipo de lavoura.O vazio sanitário da soja, período em que o cultivo da soja fica proibido, começa no próximo dia 15 e segue até 15 de setembro. Após o vazio sanitário, os produtores devem cadastrar as áreas produtoras de soja na Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), através do site da instituição (www.idaron.ro.gov.br) ou em uma unidade de atendimento.
A medida busca diminuir e controlar a ferrugem asiática da soja, umas das principais pragas desse tipo de lavoura. A ferrugem asiática pode causar danos ao cultivo da soja de até 90%. Além da proibição do cultivo, o produtor também deve eliminar todas as plantas voluntárias, conhecidas como tigueras, seja por meio mecânico ou químico.
A gerente de Defesa Vegetal, Rachel Barbosa, explica que o vazio sanitário contribui para a diminuição do uso de agrotóxico. “Desde que começamos a monitorar o volume de produtos agrotóxicos utilizados no controle da ferrugem asiática da soja percebemos uma diminuição considerável. Em 2011, tínhamos um consumo em torno de 320 mil litros, e hoje verificamos que esse consumo caiu para 24.500 litros”, disse.
Esse período coincide com a adoção do vazio sanitário da soja como medida de controle. “Essa diminuição é bem expressiva visto que a área de plantio cresceu pouco mais que 50%, sendo em 2011 de 107 mil hectares passando para 244 mil na safra 2015/2016”, apontou.
O não cumprimento do vazio sanitário pode acarretar em multa de R$ 2.443,60 por área plantada. Já para o produtor que não destruir as plantas voluntárias, a multa é de R$ 6.109 por área, podendo ser acrescido em R$ 1.221,80 por hectare, caso o produtor se recuse a destruir essas plantas. A falta de cadastro da área na Idaron também pode gerar multa de R$ 1221,80 para o produtor.
Além de Rondônia e o Distrito Federal, mais dez estados adotam o vazio sanitário como medida de controle da ferrugem asiática da soja: Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, São Paulo e Tocantins.
FISCALIZAÇÃO
A safra 2015/2016 representou um aumento de propriedades cadastradas na Idaron em relação a 2014/2015. Na última safra foram cadastradas 1.125 propriedades com plantio de soja, totalizando 244.720,13 ha. Já na safra 2014/2015 foram cadastradas 1.106 áreas produtoras, totalizando 234.173,35 ha.
No último vazio sanitário da soja, a Idaron fez 1.122 fiscalizações em 96,38% das áreas produtoras de soja no estado, registrando, entre as agências de defesa agropecuária do País, o maior percentual de fiscalização. Foram emitidas 52 notificações e 28 autuações.
Segundo o coordenador de Pragas, João Paulo Quaresma, o objetivo neste vazio sanitário é fiscalizar in loco todas as áreas cadastradas na última safra.
PRODUÇÃO DE SOJA
A produção de soja em Rondônia vem aumentando a cada ano. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2014/2015 foram produzidos 732,9 mil toneladas e na safra 2015/2016 foram produzidos 787,5 mil toneladas, representando um aumento de 7,4%.
No País, a soja representa quase metade de todos os grãos produzidos. As lavouras renderam 96.905,1 mil toneladas, aumentando em 0,7% o quantitativo em relação à safra 2014/2015. O Brasil é o maior exportador de soja do mundo, seguido pelos Estados Unidos.
Ainda no estado, de janeiro a maio deste ano, a soja foi responsável por 44,1% das exportações estaduais, seguida pela carne bovina congelada, com 36,45%. Nesse período, foram exportados 595,11 milhões de quilos de soja, o que gerou US$ 209,31 milhões. A exportação de soja teve um aumento de 32,32% em relação ao mesmo período de 2015.