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Viveiros de café são interditados por contaminação de mudas em Rondônia

Viveiros de café são interditados por contaminação de mudas em Rondônia

Aproximadamente 10 viveiros de café em Rondônia estão contaminados com a praga conhecida como nematoide. Segundo a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), todas as plantas contaminadas terão que ser destruídas. A nematoide é um verme que destrói a raiz das plantas comprometendo a produção. Ainda de acordo a agência, alguns produtores estão tendo grandes prejuízos com a doença, pois já haviam adquiridas as mudas e foram impedidos de realizar o plantio.

Através da Portaria 558, em vigor desde o início do ano de 2006, a Idaron fiscaliza todos os viveiros de café produzidos no estado, com isso, todos os viveiristas são obrigados a fazer análise das mudas em laboratório antes da venda das plantas para verificar a presença de nematoide.

O coordenador de pragas da Idaron em Cacoal, João Paulo Quaresma, explica que a Portaria 558 obriga que a agência avalie se a mudas produzidas nos viveiros estão livres da nematoide, mas a praga acabou sendo encontrada, durante as fiscalizações.

"A portaria prevê que as mudas estejam garantidas e sem a contaminação da doença, mas infelizmente, alguns viveiros não estão conseguindo oferecer a garantia necessária, pois ao realizar o exame no laboratório foi encontrado a doença em mudas de cerca de 10 a 15 viveiros do estado", aponta.

João Paulo revela que a fiscalização já existia em outros estados brasileiros e foi instituída em Rondônia afim de garantir a qualidade de produção do café, tendo em vista que a nematoide é uma praga que não tem controle. "Essa doença é muito grave, além do café ataca também outras culturas. Por isso é preciso ter a garantia que as mudas estão livres desta praga, pois ao plantar mudas contaminadas estará também espalhando a doença por todo o viveiro", relata.

Contaminação e prejuízos
A contaminação, segundo Quaresma, ocorre por meio do solo e por isso os viveiristas precisam ficar atentos e ter alguns cuidados na hora do manejo, para impedir o contágio das mudas. A recomendação é produzir as mudas em locais que não tenham criculação de pessoas e em canteiros suspensos.

"Pode se observar que contaminação ocorreu em alguma fase do processo de produção, principalmente na escolha da terra para encher as sacolinhas. A produção de mudas no chão tem grandes chances de ser contaminada. Para prevenir a doença é recomendado plantar as mudas em tubetes, ou com terras de locais fundos ou de pastagens. Outra medida seria evitar a circulação de pessoas no local, pois elas podem transportar a praga nos calçados. O ideal mesmo é produzir as mudas em canteiros suspensos", explica.

Ainda conforme João Paulo, alguns produtores estão tendo grandes prejuízos, pois já haviam adquiridos as mudas e foram impedidos de realizar o plantio. "Muitos já estavam com área preparada para o plantio, outros pagaram adiantado pelas mudas e o viveiro foi interditado. Mas tem que se pensar que apesar dos prejuízos, isso é melhor do que plantar uma muda contaminada", diz.

O técnico alerta também que faltaram os cuidados necessários na produção das mudas por parte dos viveiristas. "Infelizmente, por ser o primeiro ano das fiscalizações, muitos viveiristas não se atentaram para em ter os cuidados necessários para a produção das mudas. Espero que com este trabalho, conseguiremos ter melhores safras no futuro", expõe.

Portaria 558
Segundo a portaria, havendo comprovação de presença de nematoide do gênero Meloidogyne spp., por meio de laudo laboratorial, o viveiro será interditado até que todas as mudas contaminadas sejam destruídas pelo viveirista. As mudas contaminadas deverão ser acondicionadas em uma cova aberta no solo, de forma que a profundidade entre a superfície do solo e as mudas sejam de no mínimo 1m, sendo posteriormente queimadas e enterradas.
Em Rondônia, segundo a Idaron existem cerca de 50 viveiros de café, a maior parte deles está concentrada na região da Zona da Mata. Todos são fiscalizados pela agência.

 

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