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Outubro de 2018 bate recorde mundial de exportação mensal de café ao atingir volume de 10,5 milhões de sacas

Exportações mundiais de café arábica somaram 78 milhões e robusta 46 milhões, totalizando 124 milhões de sacas de 60kg em doze meses

Outubro de 2018 bate recorde mundial de exportação mensal de café   ao atingir volume de 10,5 milhões de sacas

As exportações de café em nível mundial, apenas no mês de outubro de 2018, atingiram volume equivalente a 10,41 milhões de sacas de 60kg, número que representa um incremento de 17%, se comparado com o mesmo mês do ano anterior, que foi de 8,89 milhões de sacas. Em doze meses, no período compreendido entre novembro de 2017 a outubro de 2018, as exportações mundiais de café arábica somaram 77,56 milhões de sacas e as de café robusta 45,95 milhões, totalizando 123,51 milhões de sacas de 60kg.

No mesmo contexto da análise e avaliação da performance das exportações de café em nível global, ressalta-se também que, de novembro de 2016 a outubro de 2017, foram exportados 75,74 milhões e 42,77 milhões de sacas de café arábica e robusta, respectivamente, as quais totalizaram 118,51 milhões de sacas. Com base nos números mencionados anteriormente, verifica-se que houve um aumento total de 4,2% nas exportações, se comparados os dois períodos ora em destaque, sendo que o café arábica aumentou apenas 2,4% e o café robusta teve crescimento mais significativo de 7,4%.

Para fins desta análise da conjuntura da cafeicultura global, os dados e números do setor foram obtidos do Relatório sobre o mercado de Café – novembro 2018, da Organização Internacional do Café – OIC, o qual está disponível na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.

O Relatório da OIC destaca ainda que as exportações dos Cafés do Brasil aumentaram 29,1% em outubro de 2018, as quais alcançaram 3,75 milhões de sacas, maior volume desses embarques de que se tem registro num mês de outubro. Nesse desempenho, registre-se que predominaram nas exportações brasileiras os embarques de café verde, que totalizaram 3,46 milhões de sacas, também maior volume mensal dos Cafés do Brasil exportados não só no ano-safra de 2018-2019, como também no mês de outubro dos últimos cinco anos-safra. Para a OIC, os dados compilados do ano-safra da cafeicultura mundial abrangem o período de outubro a setembro.

Conforme ainda o Relatório sobre o mercado de Café – novembro 2018, as exportações de café robusta verde do Brasil alcançaram 364,71 mil sacas em outubro, e 1,95 milhão no período de abril a outubro de 2018, em contraponto com apenas 159,81 mil vendidas ao exterior no mesmo período do ano passado. Tal incremento justifica-se porque que a produção de robusta do País recuperou-se da seca e estiagem que atingiram as safras de anos anteriores.

Além disso, as exportações do tipo arábica verde alcançaram 15,27 milhões de sacas nos sete primeiros meses do ano-safra brasileiro de 2018-2019, volume que representa um acréscimo de 4,1% acima do ano-safra anterior. A despeito desse desempenho positivo verificado com as exportações do café arábica verde, o Relatório da OIC destaca que os números registrados ainda ficaram abaixo das 16,24 milhões de sacas exportadas entre abril e outubro de 2016.

Em relação ao Vietnã, segundo maior produtor de café em nível mundial - o Brasil é o primeiro -, a OIC estima que em outubro de 2018 o país asiático exportou 2,1 milhões de sacas, em comparação com 1,38 milhão em outubro de 2017. Além disso, no ano-safra que findou, o país exportou 29,37 milhões de sacas, volume que representa um acréscimo de 28% acima do anterior. Com esse desempenho, o consumo de café solúvel, que se expande em escala global, alavancou muito a demanda por café robusta e estimulou um aumento das exportações do Vietnã, que é o maior produtor mundial dessa espécie.

Entretanto, a despeito de a maior parte das exportações do Vietnã ser de café não-processado, a participação do solúvel vietnamita nas exportações vem aumentado seguidamente. Tanto que de janeiro a outubro de 2013 o Vietnã exportou 175,46 mil sacas de solúvel, ou seja, o equivalente a 1% do total de suas exportações durante esse período e, de janeiro a outubro de 2018, embarcou o equivalente a 1,52 milhão de sacas de solúvel, ou seja, o equivalente a 6,1% do total de suas exportações. Assim, exportações de café solúvel vietnamita aumentaram 866% nos últimos cinco anos.

Com relação à Colômbia, a OIC calcula que em outubro de 2018 esse país exportou um milhão de sacas, número que representa uma performance 11% menor que em outubro de 2017, devido ao menor volume de sua produção no ano-safra passado. E, mais que isso, nos 12 meses do ano-safra ela exportou 12,6 milhões de sacas, número menor que os 13,38 milhões de sacas no período anterior.

Relatório sobre o mercado de Café, postado no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café, destaca ainda que a Colômbia exporta primordialmente café não-processado e que  o café solúvel respondeu por cerca de 5,7% de suas exportações nos cinco últimos anos. Como isso, de janeiro a setembro de 2018, a Colômbia exportou o equivalente a 605,26 mil sacas de solúvel. Embora ainda relativamente pequenas, as exportações colombianas de café torrado também vêm ganhando terreno, pois de janeiro a setembro de 2013 o país exportou 51,83 mil sacas de café torrado, ou seja, 0,8% do total de suas exportações. Disso mais, esse país, de janeiro a setembro de 2018, exportou apenas 118,77 mil sacas de café torrado, o que corresponde a 1,3% do total das suas exportações.

OIC no seu Relatório, objeto desta análise, destaca que, em relação ao mercado mundial de café entre outubro de 2017 e setembro de 2018, o planeta consumiu volume equivalente a sacas de 60kg estimado em 161,93 milhões de sacas, número que representa um crescimento de 1,8% em relação ao ano passado. Nesse mesmo contexto, o Relatório aponta que a produção mundial aumentou 4,8% e alcançou um volume estimado em 163,51 milhões, ou seja, apenas 1,59 milhão de sacas acima do consumo.

Por fim, a OIC, nessas suas análises, aponta que o excesso de oferta citado anteriormente e o ritmo veloz das exportações exerceram uma pressão baixista nos preços globais do café. E que, além disso, “(...) os preços poderão continuar baixos nos próximos meses, pois o café das safras do período de outubro a setembro está entrando no mercado em volumes semelhantes ou superiores aos do ano passado. Prevê-se que a produção dos maiores países produtores se manterá estável ou aumentará no ano cafeeiro de 2018/19. Não se prevê que o crescimento econômico global supere o de 2017, podendo com isso limitar o crescimento do consumo global de café”, conclui a Organização em suas análises.

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