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Sem duplicação, edital de concessão da BR 364 prevê cobrança imediata do pedágio, denunciou Cirone Deiró
Frustrada a expectativa de duplicação e execução de obras de melhorias logo após a concessão. No entanto, o edital apresentado pelo Ministério da Infraestrutura prevê a instalação imediata de oito praças de pedágios. O motorista de uma carreta pagará no trajeto de Porto Velho a Vilhena até R$ 700 de pedágio.
Para o deputado Cirone Deiró a concessão da BR 364 anunciada como alternativa para reduzir o número de acidentes e colocar fim aos problemas enfrentados pelos motoristas vai trazer sérios prejuízos aos rondonienses. Cirone denunciou que a única novidade que o edital de concessão trouxe é a instalação imediata de oito praças de pedágio com a cobrança do valor de até R$ 700 reais de pedágio de uma carreta no trajeto de Porto Velho até Vilhena. Outra informação que chamou a atenção do deputado é que o edital de concessão revela que a tão sonhada duplicação será iniciada só depois de cinco anos da concessão e com contemplando pouco mais de 100 quilômetros, incluindo apenas os pontos críticos.
De acordo com o deputado Cirone, o edital apresentado pelo Ministério de Infraestrutura impõe regras desfavoráveis aos motoristas rondonienses, especialmente aos motoristas de carretas que terão que pagar valores absurdos diante da falta de investimentos e melhorias na rodovia. “Pelo edital do Ministério da Infraestrutura que regulamenta a concessão a duplicação só terá início, a partir do quinto ano, apenas no trecho de pouco mais de 100 quilômetros. Ou seja, venderam a imagem de que a concessão seria realizada para duplicar a Br 364, única via de transporte de toda a produção agrícola do Mato Grosso e Rondônia. Mas, na prática a mudança imediata será a instalação das praças de pedágios para explorar os rondonienses”, denunciou.
O deputado Cirone Deiró explicou que para o trecho que trata a concessão do total de 783,9 quilômetros de pista simples, atualmente apenas 22,4 quilômetros são duplicados. Segundo o deputado, considerando que a BR 364 é a única via de acesso terrestre para os estados do Acre e Rondônia que liga a região ao Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, especialmente para o abastecimento do comércio local e transporte dos grãos produzidos na região. “Diante da importância da BR 364 para o desenvolvimento da nossa região, o Ministério da Infraestrutura deveria ter construído um edital que contribuísse com os anseios dos rondonienses. Garantir a duplicação da BR 364 é uma necessidade urgente para melhorar a segurança dos rondonienses e colocar fim aos graves acidentes que ocorrem diariamente nessa rodovia que é o único modal de transporte que tem impulsionado de forma estratégica o desenvolvimento dos estados do Acre e Rondônia”, alertou.
Para o deputado Cirone um projeto que trata de um tema tão relevante para os rondonienses como é a concessão pelo período de 30 anos, da BR 364, não poderia ter sido discutido e decidido em gabinete por técnicos de Brasília que desconhecem a realidade dos rondonienses e de todos os trabalhadores que usam diariamente a rodovia. “Solicitei a realização de audiência pública para os técnicos do Ministérios da Infraestrutura apresentarem a proposta na fase de estudos e receber as sugestões dos caminhoneiros, empresários, lideranças e a sociedade local como forma de assegurar a voz dos rondonienses nas decisões para o processo de concessão. Mas, essa proposta não foi acatada pelo Ministério da Infraestrutura, agora somos surpreendidos com esse edital que coloca por terra toda a expectativa que tínhamos de melhorias de investimentos e duplicação na BR 364”, lamentou.
O deputado Cirone lembrou que a rodovia 364 foi pavimentada ainda na década de 80 e tem importância estratégica para o desenvolvimento da região norte. Segundo ele, passados mais de 40 anos da sua pavimentação é urgente a execução de obras de melhorias e da construção da terceira faixa, considerando o grande volume de carretas e veículos de pequeno porte que transitam diariamente pela rodovia. “São milhares de carretas transportando soja do sul de Rondônia e Oeste do Mato Grosso até a Capital Porto Velho para ser enviada via Porto Graneleiro ao Estado do Amazonas e de lá para o Oceano Pacífico. Da forma como está sendo apresentada a concessão representará mais um componente para inflaciona o custo do transporte, sem nenhuma contra partida para os usuários”, concluiu.