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Pesquisador da Embrapa representa o Brasil no Banco de Sementes de Svalbard, Noruega
Pesquisador da Embrapa representa o Brasil no Banco de Sementes de Svalbard, NoruegaO pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Arthur Mariante (FOTO) representa o Brasil no Painel Consultivo Internacional que vai supervisionar a gestão do do Banco Global de Sementes de Svalbard, situado na cidade de Longyearbyen, Noruega. Ele e pesquisadores de outros cinco países – Noruega, Itália, Marrocos, Filipinas e Bósnia e Herzegovina – se reunirão em fevereiro de 2018 na Noruega para comemorar o aniversário de 10 anos do Banco.
Mariante foi escolhido por sua experiência como presidente do Comitê Gestor do Portfólio de Recursos Genéticos para Alimentação, Agricultura e Bioindústria da Embrapa (Regen), que reúne ações de pesquisa em todas as regiões brasileiras voltadas à manutenção, enriquecimento e caracterização dos núcleos de conservação animal, coleções biológicas de microrganismos e bancos vegetais.
O Painel é composto por representantes de instituições que já depositaram material genético no Banco Global e outros públicos estratégicos. Os pesquisadores foram escolhidos pela capacidade de ancorar a missão do Banco, garantir o intercâmbio com outros bancos genéticos, fortalecer programas de recursos genéticos em seus países, além de prover consultoria científica de alta qualidade aos parceiros, em prol da gestão qualificada do banco nórdico.
A Embrapa já depositou no Banco Global 514 acessos de feijão (2014), 264 acessos de milho e 541 acessos de arroz (2012). A escolha dessas culturas agrícolas atende a uma das recomendações do Banco quanto à relevância para a segurança alimentar e agricultura sustentável. Além disso, são culturas que apesar de não serem originárias do Brasil, são cultivadas no País há séculos e, por isso, possuem características de rusticidade e adaptabilidade às condições nacionais.
Os outros membros do Painel Consultivo que representam bancos de genes depositantes são: Ahmed Amri, chefe do banco de genes no Centro Internacional de Pesquisa Agrícola em Áreas Secas (ICARDA, com sede em Marrocos); Teresita Borromeo, chefe da Divisão de Recursos Genéticos de Plantas da Universidade das Filipinas; e Gordana Djuric, chefe do Instituto de Recursos Genéticos da Universidade de Banja Luka, na Bósnia e Herzegovina.
Além dos depositantes, faz parte também do Painel Ann Tutwiler, diretora-geral da Bioversity International, organização global de pesquisa sem fins lucrativos, com sede em Roma, Itália, e Kristin Børresen, diretora de comunicações da empresa norueguesa de melhoramento de plantas, Graminor.
A presidente do Conselho de Administração do Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura (TIRFAA) deverá ser o sétimo membro e presidir as reuniões do Painel.
Parceiros do Ministério da Agricultura e da Alimentação da Noruega, do Fundo Global da Diversidade Agrícola, e do Nordic Genetic Resource Center (NordGen), que cooperam no financiamento, gestão e operações do Banco Global, participarão da reunião como observadores.
Banco norueguês garante ainda mais segurança para a conservação das sementes brasileiras
A conservação das espécies vegetais de importância alimentar é uma preocupação da Embrapa desde a sua criação em 1973. Prova disso é que a Empresa possui hoje o maior banco genético vegetal do Brasil e da América Latina, com mais de 120 mil amostras de sementes de cerca de 670 espécies agrícolas de importância socioeconômica conservadas a 20ºC abaixo de zero na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
O envio de amostras para Svalbard é mais uma garantia de segurança, já que o banco nórdico é o mais seguro do mundo em termos físicos e ambientais. Além de estar situado dentro de uma montanha na cidade de Longyearbyen foi construído com total segurança para resistir a catástrofes climáticas (enchentes terremotos, aquecimento gradual, etc.) e até mesmo a uma explosão nuclear.
A caixa forte da Noruega
A caixa forte norueguesa tem capacidade para quatro milhões e quinhentas mil amostras de sementes. O conjunto arquitetônico conta com três câmaras de segurança máxima situadas ao final de um As sementes são armazenadas a 20ºC abaixo de zero em embalagens hermeticamente fechadas, guardadas em caixas armazenadas em prateleiras. O depósito está rodeado pelo clima glacial do Ártico, o que assegura as baixas temperaturas, mesmo se houver falha no suprimento de energia elétrica. As baixas temperatura e umidade garantem a baixa atividade metabólica, mantendo a viabilidade das sementes por um milênio ou mais.