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Boas práticas hídricas reduzem consumo de água na pecuária

A oferta e a qualidade dos recursos hídricos têm impacto direto na produção pecuária

Boas práticas hídricas reduzem consumo de água na pecuária

A gestão da água precisa estar inserida no dia a dia do produtor para uma pecuária cada vez mais sustentável e rentável. Neste domingo, 22, foi celebrado em todo o mundo o Dia da Água. A oferta e a qualidade dos recursos hídricos têm impacto direto na produção pecuária. O leite, por exemplo, contem em média 87% de água. Além disso, animais e serviços de rotina de produção necessitam desse recurso.

De acordo com o pesquisador Julio Palhares, da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), é preciso conhecer e medir o consumo de água nas fazendas para uma pecuária hidricamente mais eficiente e sustentável. Para isso, o produtor rural deve adotar boas práticas na propriedade e instalar equipamentos para medir o consumo, como os hidrômetros. “Se água é realmente importante, ela deve ser manejada todos os dias, assim como manejamos os animais, as pastagens, etc. Não podemos deixá-la em segundo plano. Se fizermos isso, corremos o risco de não tê-la em quantidade e com qualidade necessária em um futuro não muito distante. Algumas regiões do país já têm experimentado crises hídricas. Se internalizarmos o manejo hídrico, conseguiremos reduzir possíveis impactos negativos da atividade pecuária”, adverte Palhares.

O hidrômetro é um equipamento simples e com custo baixo. Segundo o pesquisador, essa ferramenta é importante para a preservação e conservação da água. A instalação de hidrômetros possibilita ao produtor saber quanto está sendo consumido e onde estão os desperdícios, contribuindo para a tomada de decisões e eficiência no uso da água. 

A Embrapa Pecuária Sudeste trabalha desde 2011 em pesquisas para melhorar a gestão hídrica na produção de carne e leite. Há medidas simples para diminuir o consumo desse recurso e muitas delas não dependem de investimento. Práticas como raspagem do piso nas instalações animais, uso de água sob pressão, mangueira de fluxo controlado ao invés de fluxo contínuo e eliminação de vazamentos são eficazes e de baixo custo. Cisternas para captação de água da chuva, reuso da água de lavagem de instalações para fertirrigação, instalação de hidrômetros para monitoramento e irrigação noturna também são recomendados. 

Para manter a qualidade da água dos animais e assim garantir sua saúde é importante manter os bebedouros limpos. O ideal é limpá-los diariamente. O intervalo de lavagem não deve ultrapassar a três ou quatro dias, conforme Palhares. Ele ainda recomenda que o pecuarista não permita que o gado beba água de rios, córregos, lagos e lagoas de forma direta. O produtor deve fornecer a água de uma fonte confiável.

Para discutir sobre a água na pecuária, nos dias 22 e 23 de outubro, a Embrapa Pecuária Sudeste realiza o Simpósio de produção animal e recursos hídricos (VI SPARH), que ocorreria em março. O evento alterou a data devido a epidemia de coronavírus no Brasil. “Vivemos um tempo de angústia com a situação de saúde que assola o mundo e nosso país (Covid-19). Devemos mudar nossas rotinas e repensar nossos hábitos para que a nossa saúde e a da humanidade seja preservada”, afirma Palhares, coordenador do SPARH.

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