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Leite em Rondônia: Governo e Ministério da Agricultura buscam soluções para fomentar a produção

Hoje Rondônia encontra-se em 7º lugar no ranking nacional de produção e em 1º lugar da região Norte

Leite em Rondônia: Governo e Ministério da Agricultura buscam soluções para fomentar a produção

O Governo de Rondônia e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estão trabalhando em uma ação conjunta com o intuito de buscar soluções para fomentar a produção leiteira no estado de Rondônia.

De acordo com o secretário da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Evandro Padovani, um relatório contendo todas as informações da atual situação da cadeia do leite em Rondônia foi repassado à ministra do Mapa, Tereza Cristina, durante reunião realizada na semana passada por videoconferência. Durante a reunião, o secretário solicitou à ministra um estudo de preço mínimo do leite para a região Norte.

“Solicitei se era possível o Mapa analisar um preço mínimo, de R$ 1 real, para a região norte, já que os produtores não podem usufruir de 100% de suas propriedades. No setor produtivo nós temos a questão ambiental e temos que respeitar, cerca de 50% a 80% da reserva legal, então em uma pequena propriedade o produtor já faz sua parte na área de preservação, e área de produção é menor que a do sul do país”, ressaltou Padovani.

Padovani também pediu apoio ao secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke, para verificar algumas alternativas de mudanças da legislação para que o Estado possa contemplar as cooperativas com equipamentos para industrialização, através do programa Fonte 100 ou de emendas parlamentares para ajudar os produtores a se organizarem em cooperativas e evitar a dependência de vendas de seus produtos apenas para indústrias privadas.

“O secretario Fernando Schwanke comunicou que buscará junto à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) um trabalho de intercooperação de cooperativas do Norte com o Sul do país. Será uma oportunidade para capacitar os produtores sobre gestão, comercialização e industrialização e implantar uma cooperativa de leite da agricultura familiar completa aqui no Estado”, acrescentou. O secretário ainda disse que com a criação de uma cooperativa de lácteos produzidos pelos agricultores aumentaria a possibilidade de compras governamentais.

Outra solicitação feita ao Mapa é para encaixar Rondônia no radar internacional. Para isso acontecer, a Seagri fará uma vistoria nos laticínios para verificar a quantidade de estoques de produtos que estão parados. Com o resultado desse levantamento será possível identificar se o Estado tem capacidade e quantidade de produtos suficientes para exportar para vários países, entre eles a China.

“Esse trabalho não é fácil, levar os produtos para o mercado internacional leva um tempo, mas o Mapa já colocou no radar para incluir os produtos lácteos de Rondônia. Por isso que esse levantamento que estamos fazendo é para municiar o Mapa com dados mostrando a capacidade de produtos para exportação ou para atender e complementar outros estados do país”, explicou Padovani.

Em uma outra videoconferência, realizada na manhã da quarta-feira (27), com o secretário Fernando Schwanke, o diretor de Cooperativismo do Mapa, Márcio Madalena, e secretário da Seagri, Evandro Padovani, ficou determinado que Rondônia irá trabalhar com a Plataforma Brasil Mais Cooperativismo.

“Será um projeto piloto em parceria com o Mapa e governo Estadual para fortalecer as cooperativas de leite de Rondônia com programas”, disse Padovani.

Rondônia é um dos maiores produtores de leite do país, hoje encontra-se em 7º lugar no ranking nacional de produção e em 1º lugar da região Norte. Por ano, o estado chega a produzir mais de 600 milhões de litros de leite. Cerca de 30 mil produtores trabalham com leite no Estado, e a maioria são agricultores familiares de pequena renda que necessitam da atividade para subsistência da família. Porém, o valor pago no preço do leite ao produtor sempre foi considerado baixo pela categoria, em relação ao valor dos produtos comercializados nos comércios do Estado.

No dia 15 de maio, os produtores pararam as atividades da produção leiteira em Rondônia e o fornecimento aos laticínios, para reivindicar reajuste no preço do litro para R$ 1,45. De acordo com o secretário Evandro Padovani, o produtor está vendendo o litro de leite no máximo a R$ 0,80. Com o avanço da pandemia do coronavírus (Covid-19), ocorreu uma queda drástica a nível nacional no consumo e comercialização do leite e seus derivados, com isso, as indústrias de laticínios estão com grandes estoques de produtos.

“Os preços estavam bons, porém com a pandemia piorou e reduziu o valor pago ao produtor. Estávamos com um preço de R$ 1,20 a R$ 1,25. Os outros estados do país continuam com um preço bom, acima de R$ 1,30 e R$ 1,40 por litro e apenas Rondônia baixou os preços. Estamos agora pedindo apoio do governo federal e do Mapa para mudar essa situação e oferecer um preço justo aos produtores e também aos consumidores”, contou.

O governo está realizando ações de fiscalização para conscientizar os comércios dos municípios sobre abusos no preço do leite e derivados em Rondônia. Boa parte do comércio explora o consumidor, com o abuso no preço do leite e derivados, conforme mostra dados disponibilizados pela Secretaria de Estado de Finanças (Sefin). Com o exagero no preço, perde o produtor e o consumidor,  principalmente o produtor porque ele é o dono da matéria prima.

Assim como as indústrias, os produtores também tem seus custos, suas variáveis, seus investimentos na propriedade rural, no animal, na mão de obra dele, energia entre outros. “Se a indústria ela tem por direito uma lucratividade de 20% a 30% e o varejo também, o produtor também tem esse direito de ter uma margem de lucro, então o produtor está trabalhando no vermelho, a indústria está mantendo a margem dela, e o varejo extrapolando e alguém está ficando com a margem do produtor. O que eles querem é um preço justo que cubra o custo e que possa ter um lucro, e o que queremos é que esse alinhamento aconteça daqui para a frente”, concluiu Evandro Padovani.

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