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Marfrig registra prejuízo de R$ 131,9 milhões no 2º trimestre
Valor é 20 vezes acima do prejuízo de R$ 6,5 milhões do 2º tri de 2015. Margens foram negativamente influenciadas pelo menor preço do mercado.A Marfrig registrou prejuízo atribuído ao acionista controlador de R$ 131,9 milhões no segundo trimestre de 2016, um valor 20 vezes acima do prejuízo de R$ 6,5 milhões registrado no mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre de 2016, o prejuízo é de R$ 238,1 milhões, queda de 58,7% ante 2015.
O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 17% do segundo trimestre do ano passado para 2016, para R$ 382,7 milhões. De janeiro a junho, o Ebitda atingiu R$ 806,9 milhões, alta de 2,9% contra o ano passado.
De abril a junho de 2016, a receita líquida totalizou R$ 4,774 bilhões, volume praticamente estável (+1,1%) contra o ano passado, quando somou R$ 4,722 bilhões. No total dos seis primeiros meses do ano, a receita subiu 8,7% contra mesmo período do ano passado, para R$ 9,882 bilhões.
No segundo trimestre deste ano, o resultado financeiro ficou negativo em R$ 520,3 milhões, contra um valor também negativo de R$ 390,3 milhões em igual intervalo do ano passado. Na primeira metade do ano, o resultado financeiro está negativo em R$ 948,5 milhões, ante um valor negativo de R$ 1,412 bilhão em 2015.
Desafio
A Marfrig informou que o resultado do 2º trimestre de 2016 reflete o "desafiador cenário da operação de bovinos", cujas margens foram negativamente influenciadas pelo menor preço do mercado internacional e, no caso específico da operação brasileira, pela alta de preço dos bovinos e valorização do real ante o dólar. No período, a companhia registrou prejuízo atribuído ao acionista controlador de R$ 131,9 milhões, valor 20 vezes acima do prejuízo de R$ 6,5 milhões registrado no mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre de 2016, o prejuízo é de R$ 238,1 milhões, queda de 58,7% ante 2015.
O resultado negativo, no entanto, segundo a empresa, foi parcialmente compensados pelo bom desempenho da Keystone, refletindo o bom momento de commodities e a continuidade da estratégia bem-sucedida no crescimento em Key Accounts e produtos de maior valor agregado.
Ainda no relatório de resultados, a Marfrig tornou a afirmar que foi bem sucedida ao acessar o mercado de dívida. Em maio, a companhia concluiu a emissão de US$ 750 milhões com vencimento em 2023. Com uma demanda 5 vezes superior à oferta original (US$ 500 milhões). Parte dos recursos foi utilizada para a liquidação de US$ 571 milhões (valor de face) em notas sênior com vencimentos em 2016, 2017, 2018 e 2020, com custo superior ao da nova emissão.
Em 29 de junho, a Marfrig fez uma captação adicional de US$ 250 milhões e os recursos serão utilizados para o pagamento das notas sênior 2016 e 2017 remanescentes, que totalizam US$ 236 milhões. "Os efeitos desta emissão estarão refletidos no resultado do 3º trimestre", afirmou a companhia.
Ainda no trimestre encerrado em junho, a empresa concluiu a venda das unidades da Argentina, localizadas em Hughes, Vivoratá, Unquillo e Monte Ralo. O valor da transação foi de US$ 75 milhões.
Em 30 de junho de 2016, a Marfrig apresentou dívida bruta de US$ 3,4 bilhões, uma queda de 11,2% (US$ 430 milhões) em relação ao mesmo período de 2015. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, houve um aumento de 3,9% (US$ 130 milhões) na dívida bruta. A dívida líquida da Marfrig no segundo trimestre ficou em US$ 1,8 bilhão, em linha com a registrada no fim do primeiro trimestre.
No acumulado do primeiro semestre, a companhia registrou dívida líquida de R$ 5,8 bilhões, o menor nível desde o primeiro trimestre de 2011. Já a alavancagem, medida pela relação dívida líquida sobre o Ebitda dos últimos 12 meses, foi de 3,1x, o menor índice dos últimos três anos, representando queda em relação ao nível de 3,5x do trimestre anterior.
Desempenho futuro
A companhia afirmou ainda que, em virtude do novo cenário brasileiro e de câmbio, irá rever o guidance 2016 ao longo do 3º trimestre, e confirmará qualquer eventual alteração ou manutenção do mesmo.