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Mercado dos EUA à carne brasileira deve ser reaberto em até 60 dias

Ministro Maggi reuniu-se com secretário de Agricultura, em Washington, e disse que mudanças adotadas pelo Brasil tendem a ser reconhecidas

Mercado dos EUA à carne brasileira deve ser reaberto em até 60 dias

Ao deixar a reunião com secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, em Washington, nesta segunda-feira (17), o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) disse ser preciso aguardar “posições técnicas”, mas adiantou, mesmo considerando difícil dar um prazo, ser possível a reabertura do mercado norte-americano à carne bovina in natura brasileira em 30 ou 60 dias. “É preciso aguardar as análises das informações que estão eles recebendo”, assinalou, acrescentando que o diálogo com o secretário do governo estadunidense foi muito claro e aberto. “Já o havia recebido no Brasil, quando era governador, e isso facilitou nossa conversa.”

Uma equipe de técnicos do Mapa está no país desde o último dia 13 em contato com a área de Defesa Sanitária para tratar do atendimento às exigências feitas pelo governo dos EUA para restabelecer as importações de carne bovina, interrompidas por causa de preocupações sanitárias. “Tenho certeza que as mudanças que fizemos são tecnicamente aceitáveis e modificam muito o patamar anterior. Então, fico animado, porque sei que serão reconhecidas pelos técnicos americanos”, disse o ministro.

Uma das medidas adotadas foi deixar de embarcar as peças dianteiras inteiras, como vinha sendo feito. É justamente nessa parte que são aplicadas as vacinas e onde foram detectadas reações à aplicação.

O encontro com Perdue, de acordo com Maggi, superou as expectativas. “O resultado foi melhor do que eu esperava. Ficou o compromisso de que o retorno será o mais rápido possível, assim que coisas estiverem esclarecidas. Não há qualquer objeção política por parte do secretário do governo americano”, declarou.

Outro problema alegado foi a presença de osso nas peças. “Nenhum país livre de aftosa com vacinação pode exportar peças com osso”, observou o ministro. “Como o Brasil mudou e está fazendo cortes menores, é possível observar isso com toda a tranquilidade e garantir que achados que trouxeram impedimento à entrada da carne brasileira não aconteçam mais. Há equipamentos nos frigoríficos que podem detectar isso. Cada caixa de mercadoria passa por um scanner.”

O ministro Maggi retorna ao Brasil nesta terça-feira (18), após uma reunião com o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos marcada para às 11 horas da manhã, horário americano.

Suspensão

Depois de mais de 17 anos de negociação, em setembro do ano passado o Brasil conseguiu obter a carta de equivalência do governo americano em relação ao sistema sanitário brasileiro. Com isso, 15 frigoríficos conseguiram a habilitação para exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos.

Em março, depois da Operação Carne Fraca, os americanos passaram a inspecionar 100% das carnes importadas do Brasil. No mês passado o governo dos EUA informou ao ministério que foram encontrados abcessos em algumas carnes brasileiras. O Mapa suspendeu automaticamente as exportações de cinco frigoríficos, mas a medida não foi suficiente para os americanos, que decidiram suspender todos as 15 empresas habilitadas.

 Reunião com empresários

Em reunião na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, nesta terça-feira (18), Maggi falou a empresários americanos, entre eles investidores com negócios no Brasil, sobre mudanças na área econômica que, segundo o ministro, permitem traçar um cenário melhor para o futuro, favorecendo investimentos. “Tivemos oportunidade de falar o que vem acontecendo, sobre o avanços das reformas, como a trabalhista (já realizada), a limitação do teto de gastos públicos (em vigor) e a previdenciária, que vamos fazer”.

“Tratamos também de desafios, mas, ressaltando que estamos construindo um ambiente muito melhor para os negócios. É um recado importante e as pessoas, os empresários, ficam satisfeitos porque, finalmente, estão saindo as reformas para tirar o país da crise. Todos foram unânimes em dar apoio para que a gente continue fazendo isso”, disse Blairo Maggi. Ainda sobre a relação com os EUA, destacou a parceria e o comércio bilateral “intensos”.

O ministro fez questão ainda de enfatizar, na reunião, na Câmara de Comércio, que “o Brasil segue regras, tem segurança jurídica, respeita contratos e dá as garantias de que no futuro isso vai continuar”.

Blairo Maggi, que retorna hoje ao país, se revelou satisfeito, especialmente, com o encontro da véspera com o secretário de Agricultura do governo. “Eu saio daqui animado, esperançoso de que a gente possa retornar a esse mercado o mais breve possível”.

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