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Pecuaristas de Rondônia e governo debatem controle da Cigarrinha das pastagens
A primeira crise provocada pela cigarrinha nas pastagens rondonienses devastou a gramínea predominante (Brachiaria decumbens) nos primeiros anos da colonização do EstadoRepresentantes da Associação dos Produtores Rurais de Rondônia (Aspro), se reuniram com o secretário de agricultura Evandro Cesar Padovani e os presidentes da Emater-RO, Idaron e o chefe da Embrapa Rondônia para solicitar medidas de controle da praga da cigarrinha das pastagens, que segundo os produtores já é um problema de segurança econômica.
A praga chegou a Rondônia desde os anos 70, falou o pesquisador da Embrapa Pedro Gomes, no entanto, técnicos mais antigos dizem que só se verificou níveis elevados de dano econômico nos anos 80, quando houve a aceleração do crescimento da pecuária no estado.
A primeira crise provocada pela cigarrinha nas pastagens rondonienses devastou a gramínea predominante (Brachiaria decumbens) nos primeiros anos da colonização do Estado.
Naquela época o problema foi resolvido com a substituição da “Brachiaria decumbens” pela Brachiaria brizanta variedade Marandu, desenvolvida para ser resistente a cigarrinha, mas agora, justamente esta variedade, está sendo atacada pela praga, que conseguiu se adaptar e quebrar a resistência dessa gramínea. Os sintomas da infestação são amarelecimento do capim, com aparência de falta de água e morte em reboleiras.
Controle
Os pesquisadores e extensionistas são unanimes em afirmar que nenhum controle é eficiente isoladamente, exigindo do produtor o Manejo Integrado das Pastagens (MIP), que inclui o controle de pragas.
Preventivamente deve ser usado o controle biológico, e neste caso é indicado a aplicação em pulverizações do fungo, Metarhizium anisopliae, por não causar impacto ambiental e ser mais barato em relação ao controle químico.
O manejo se completa com a diversificação das gramíneas usadas na pastagem, inclusive com introdução de espécies resistentes ou tolerantes ao ataque de cigarrinhas.
Problema e solução
Existe a suspeita de que a principal fonte de infestação da praga seja o uso de sementes contaminadas, como Rondônia não produz sementes é necessário a criação de barreiras sanitárias para impedir a entrada de sementes contaminadas e sem qualidade, vindas de outros estados, dizem os técnicos da Idaron.
A principal queixa dos agricultores agora é de que mais de 30% das pastagens já foram devastadas pela praga, em algumas áreas já está inviabilizando a produção, fato que torna o problema uma questão de segurança econômica para o Estado, diz o pecuarista e diretor financeiro da Aspro, Homero Cambraia.
O secretario Padovani, da Agricultura depois de ouvir os agricultores e os dirigentes dos órgãos técnicos, sugeriu a criação de um grupo técnico para investigar os motivos do crescimento da praga, para propor medidas de controle, e se estas medidas poderão ser localizadas ou terão que envolver propriedades rurais de todo o estado.