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Rondônia reforça fiscalização sanitária em áreas estratégicas para garantir saúde do rebanho bovino e bubalino

São postos de fiscalização, em regiões estratégicas, com servidores em plantão para que a vigilância sanitária não pare.

Rondônia reforça fiscalização sanitária em áreas estratégicas para garantir saúde do rebanho bovino e bubalino

Com a pecuária em franco crescimento, despontando no cenário mundial como um dos grandes exportadores de carne do Brasil, detentor de um rebanho de mais de 14 milhões de cabeças, de bovinos e bubalinos, e tendo alcançado, no último dia 27 de maio, o reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação, condição indispensável para acessar os grandes mercados consumidores de carne bovina, nos três últimos anos o estado de Rondônia reforçou e intensificou as medidas sanitárias que garantem a saúde dos animais e a qualidade e segurança dos produtos de origem animal que são produzidos na região.

Dentre as atividades de defesa sanitária animal desenvolvidas pelo governo estadual, por meio da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), destaque para a fiscalização do trânsito de animais e de seus produtos que, atendendo as exigências do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (Pnefa), foi ampliada na divisa com o estado do Mato Grosso, com a instalação de mais dois postos de fiscalização e a implantação de câmeras de videomonitoramento em estradas onde não há postos fixos da Agência. Hoje, são sete postos de fiscalização, em regiões estratégicas, com servidores em plantão permanente, para que a fiscalização seja ininterrupta.

Os postos de fiscalização estão localizados no quilômetro 130 da BR-319, na divisa de Porto Velho/RO com Humaitá/AM, na divisa de Machadinho do Oeste/RO com o município de Coniza/MT, em Nova Colina, na divisa de Ji-Paraná/RO com Rondolândia/MT, na BR-364, em Vilhena, na divisa com Comodoro/MT, no quilômetro 74 da Rodovia 174, na divisa de Vilhena/RO com Juína/MT e em Cabixi, que faz divisa com Comodoro/MT. “Esses dois últimos postos foram criados ano passado, como parte das ações estratégicas que possibilitaram o pleito do reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação”, destacou Ney Carlos Dias de Azevedo, coordenador do controle de trânsito animal da Idaron.

“O controle do trânsito de animal é medida basilar para qualquer estado que alcance o status sanitário conquistado por Rondônia. Há regras e normas sanitárias que regulam a movimentação de animais e produtos de origem animal, para que possa ser feita com segurança. Essas regras tornaram-se ainda mais rigorosas com o reconhecimento de Rondônia como zona livre de aftosa sem vacinação, pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). O principal objetivo é impedir a difusão de doenças dos animais e garantir o correto transporte de produtos de origem animal que são voltados ao consumo humano”, explica o presidente da Idaron, o médico veterinário Julio Cesar Rocha Peres.

Vigilância

A preocupação do governo de Rondônia com o fluxo de animais suscetíveis à febre aftosa, dentro do território rondoniense, é justificado pelo grande volume de negócios envolvendo a compra e a venda de gado no estado. De janeiro a dezembro do ano passado (2020), por exemplo, a Idaron registrou o trânsito de mais de 350 mil animais suscetíveis à febre aftosa. Foram 270,2 mil saídas e 98,3 mil ingressos. Toda movimentação foi inspecionada e registrada por técnicos da Idaron, um controle rigoroso e sanitariamente necessário, visto que gado oriundo de áreas que ainda vacinam contra a febre aftosa não podem ser incorporados ao rebanho de Rondônia.

“Das regiões que ainda vacinam contra aftosa, apenas suínos, caprinos e ovinos, podem ser incorporados aos rebanhos de Rondônia. Contudo, para que esses animais ingressem em território rondoniense, o caminhão que os transporta deve ter sido lacrado na origem e, acompanhando a GTA (Guia de Trânsito Animal), deve ser apresentado comprovante de exame laboratorial que ateste a sanidade das reses. Ou seja, os animais devem estar comprovadamente livre da febre aftosa”, destaca Julio Cesar. “Bovinos e bubalinos, oriundos de áreas que ainda vacinam contra a febre aftosa, de forma alguma podem ser incorporados aos rebanhos dentro do estado. Porém, essas duas espécies podem ingressar para o abate direto, com carga lacrada na origem. Mas, para isso, o frigorífico tem que estar apto para receber esses animais, já que, após o abate, a região da língua e faringe passam por um tratamento de inativação do vírus da febre aftosa e o frigorífico tem que estar preparado para fazer esse tratamento”, acentua.

Barreiras volantes

Além dos postos fixos de fiscalização, com apoio da Polícia Militar, regularmente a Idaron realiza barreiras sanitárias volantes. As barreiras são montadas em pontos estratégicos, onde é registrado maior trânsito de animais. Além de garantir a saúde do rebanho e a qualidade dos alimentos que chegam à mesa do consumidor, o objetivo das barreiras também é coibir fraudes e trânsito irregular de animais. “A fiscalização de trânsito animal é a barreira primária para impedir que animais enfermos ingressem no estado e comprometam a sanidade de nosso rebanho e, consequentemente, o potencial econômico da pecuária”.

Parceria

Além das operações desenvolvidas individualmente, a Idaron firmou parceria com a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) e com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), como parte das ações integradas do Bloco I do Pnefa, para colaboração no compartilhamento de dados e disponibilização de pessoal para atuação nos postos de fiscalização localizados nas divisas comuns dos estados.

Recentemente, o estado do Amazonas designou técnicos veterinários e agropecuários para dar suporte aos servidores da Idaron nos distritos de Nova Califórnia, Extrema, Vista Alegre do Abunã e na capital, Porto Velho. O trabalho integrado será aplicado na vigilância das propriedades localizadas nos municípios de Lábrea e Canutama, região onde a Idaron faz o controle sanitário do rebanho.

Integração também no posto da comunidade do Tucandeira, na divisa do distrito de Nova Califórnia com o município de Acrelândia/AC, onde técnicos da Idaron e do Idaf/AC trabalham em conjunto na fiscalização do trânsito de animais.

Como é feita a fiscalização

Dentro da Idaron existe a Coordenação de Controle de Trânsito Animal, setor que gerencia, acompanha e coordena as atividades de fiscalização sanitária do trânsito de animais e de produtos de origem animal.

Na fiscalização, seja no posto de fiscal ou na barreira volante, existe um procedimento padrão: abordagem de qualquer veículo que possa transportar animal ou produto de origem animal. É feita fiscalização da carga e os animais são vistoriados para descartar sintomas de alguma doença de notificação obrigatória. Caso seja identificado algum sinal clínico que sugira doença de controle oficial, o animal é desembarcado em local apropriado e submetido a análise clínica mais aprofundada. Se descartada a doença, a carga tem o trânsito permitido e a Idaron monitora o destino.

Também é realizada a conferência da documentação sanitária, com foco na validade e autenticidade da GTA, e é verificado se os animais descritos no documento são realmente os que estão na carga.

De acordo com o gerente de Defesa Sanitária Animal da Idaron, Fabiano Alexandre dos Santos, há casos específicos em que, durante a fiscalização de trânsito, outros documentos são exigidos. “Por exemplo, para o trânsito interestadual de bovinos e bubalinos com a finalidade de reprodução, além da GTA, deve ser apresentado o exame de brucelose e tuberculose dos animais. É feito ainda o trabalho de educação sanitária, com entrega de folhetos sobre a importância do transporte de animais com documentação regular exigida. A medida visa mostrar que o trabalho realizado pela Idaron é benéfico ao produtor, para garantir a sanidade dos animais produzidos no estado, resguardando o interesse econômico do pecuarista”.

 

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