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Rondônia pode aumentar em até 10 vezes produção de peixe, diz secretário nacional de Pesca
Rondônia pode aumentar em dez vezes a produção de peixe em cativeiro, saindo de cem mil para 1 milhão de toneladas, gerando no PIB (Produto Interno Bruno) rondoniense R$ 5 milhões, com o peixe vendido a cinco reais o quilo. O cálculo é do secretário de Aquicultura e Pesca do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) Dayvson Franklin de Souza, que esteve em Ji-Paraná no sábado (28) para prestigiar a 1ª Feira Nacional de Peixe da Amazônia (Fenapam) e a 4ª Rodada de Negócios Tambaqui de Rondônia.
A receita para isso, disse o secretário Dayvson, é um apoio certo, bem cirúrgico e direcionado. “Aquecer a economia de Rondônia com essa produção representa muito para o Brasil e lá fora. Porque falamos do peixe amazônico, com alto valor agregado e valor proteico muito grande, um diferencial de Rondônia, que tem papel fundamental para alavancar essa produção”, disse.
Enquanto isso não ocorre, o secretário considera que o estado pode rapidamente dobrar sua produção. “Nossa equipe técnica fez uma análise básica, conversando com produtores rurais, olhando as plantas atuais e vendo a infraestrutura, e com o que se tem, apenas otimizando o que já existe e tão somente melhorar algumas questões legais, podemos sair de cem mil toneladas para 240 mil toneladas”, disse.
Segundo Dayvson, a Secretaria de Aquicultura e Pesca está pronta para colaborar com o estado para o ordenamento da atividade pesqueira, segurança jurídica e injeção de investimentos. Feita a análise por ele mencionada, as ações foram iniciadas. Uma delas será elaborar um termo de cooperação com o estado para descentralizar do governo federal a emissão de licença para o aquicultor, que agora não precisará renová-la todos os anos, mas apenas de quatro em quatro anos.
“Vamos oferecer assistência técnica e fomentar a instalação de plantas frigoríficas, é preciso interiorizar a instalação de indústrias”, disse o secretário Dayvson, enumerando ainda a retomada da estatística pesqueira por meio da Universidade Federal de Rondônia (Unir). Em sua exposição, o secretário disse que as ações tem tido o acompanhamento do mandato da deputada Marinha Raupp.
GRANDE MISSÃO
O vice-governador Daniel Pereira recebeu, no ato de abertura da 4ª Rodada de Negócios Tambaqui de Rondônia, um documento assinado por Edson Aleatti e professora Jucilene Casall, membros da comissão organizadora da Fenapam, no qual são elencadas cerca de dez demandas consideradas pelos piscicultores da região central de Rondônia como entraves para o desenvolvimento do setor. Passam pelo poder público as soluções, dizem.
“Hoje produzimos dez vezes mais peixe do que em 2010. Com o trabalho e orientação do governo, estamos colhendo frutos no café e na produção de peixe em cativeiro. Podemos melhorar sempre; vamos propor uma reunião com setores envolvidos para tratar deste documento”, disse o vice-governador, mencionando ainda que sem o apoio da bancada federal e Assembleia Legislativa o governo de Rondônia não seria reconhecido como um dos melhores do país.
“A grande missão é mostrar ao país a nossa capacidade de produção”, disse o vice-governador Daniel Pereira.
Para a 4ª Rodada de Negócios Tambaqui de Rondônia, a Superintendência de Desenvolvimento de Rondônia (Suder) convidou 10 empresários de Goiania, Brasilia, São José do Rio Preto, Florianopolis e Curitiba entre outras regiões para participar do evento.
“São compradores que não vieram em outras rodadas. Trouxemos compradores diferentes, de regiões diferentes, de modo que não tenhamos competição dentre nossos produtores, mas sim entre compradores e grandes distribuidores que estão aqui para realizar negócios,” declarou o secretário-executivo da Suder Pedro Teixeira.
No Espaço Paternon, onde se realizaram a Fenapam e a 4ª Rodada de Negócios, os compradores ficam em uma parte reservada e os e vendedores, produtores de pescado, passam para fazer o contato, entrega de cartão, oferecem informações sobre depesca, potencial da produção e outras questões, concretizando negócios em pouco tempo.
Na terceira rodada, em Ariquemes, a Suder contabilizou um volume de vendas de R$ 11 milhões e 200 mil nos primeiros 120 dias. “Era uma época atípica, estávamos com preço muito baixo, e venda represada na região do Vale do Jamari. Hoje estamos com preço melhorado, inclusive com a estabilização no Vale do Jamari, que produz quase 40 % do pescado do estado de Rondonia. Queremos manter as negociações que tivemos em Ariquemes”, disse Pedro Teixeira.