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Trabalho em parceria com universidade avalia uso de farinha de minhoca no cultivo de alevinos de tilápia
O trabalho avaliou a utilização da farinha de minhoca como alternativa proteica no cultivo de alevinos de tilápiaNa Embrapa Meio ambiente (Jaguariúna, SP), outubro foi o mês de encerramento de um experimento de conclusão curso de medicina veterinária, trabalho do aluno Silvio Russio sob orientação do Prof. Marcos Alexandre Ivo do Centro Universitário de Jaguariúna – UniFAJ e coorientado por pesquisadores da Embrapa.
O trabalho avaliou a utilização da farinha de minhoca como alternativa proteica no cultivo de alevinos de tilápia. A farinha de minhoca compõe uma classe de insumos zootécnicos com potencial para substituir as proteínas convencionais utilizadas em rações para peixes. Considerando o potencial da farinha como fonte alternativa proteica em ração para peixes, o trabalho buscou investigar as repostas de desempenho produtivo e hematológico de juvenis de tilápia do Nilo alimentado com ração comercial acrescida de farinha de minhoca em níveis distintos, chegando a 20% de acréscimo.
Participaram do trabalho alunos estagiários e bolsistas da Embrapa matriculados em cursos de graduação da UniFAJ, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC –Campinas) e de Pós-graduação da Universidade Estadual de Campinas – (Unicamp) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
O trabalho concluiu que a farinha de minhoca pode ser fornecida como uma fonte de proteína para tilápia do Nilo, nas variáveis 5,10, e 20%, mantendo o desempenho e a hematologia sem alterações e se constitui como alternativa ecologicamente sustentável, mantendo o desempenho.
Há demanda de se encontrar fontes alternativas para a substituição da farinha de peixe e farelo de soja, produtos considerados nobres que compõem as rações para peixes e que influenciam o preço final. No estudo os resultados indicam que a farinha de minhoca tem o potencial para ser uma fonte alternativa para essas proteínas convencionais.
O Professor da UniFAJ Marcos Ivo destaca que “a parceria com a Embrapa é valiosa para ambas instituições, mas particularmente para os alunos, pois é uma rica oportunidade de interação dos formandos e formados com cientistas de uma conceituada empresa de pesquisa, um processo que deve ser estimulado, uma vez que agrega experiências ao processo de aprendizado, pelo contato direto com a pesquisa de ponta”.
Vantagens da parceria
Na Embrapa o trabalho com a farinha de minhoca como alternativa proteica no cultivo de alevinos de tilápia teve a coorientação da pesquisadora Márcia Ishikawa e colaboração do pesquisador Júlio Queiroz.
As atividades dos estágios supervisionados, de conclusão de curso e de iniciação científica estão inseridos nas atividades dos projetos de pesquisas dos pesquisadores envolvidos. Durante estes trabalhos os alunos participaram de treinamentos específicos sobre contenção e colheita sanguínea de peixes, processamento para análises de parasitologia, hematologia e histopatologia de peixes, além de cursos sobre qualidade ambiental e bem-estar animal. Nesta parceria os alunos recebem treinamento e capacitação em áreas específicas da pesquisa e os pesquisadores consolidam sua equipe de pesquisa em parceria com as Instituições de ensino como a UniFAJ, PUC, Unicamp e UFSCar.
Ishikawa destaca a oportunidade que os alunos do curso de medicina veterinária têm em trabalhar com aspectos ligados à saúde clínica de peixes, uma vez que normalmente estão mais habituados ao trato de animais maiores, como bovinos, equinos, suínos ou animais de estimação. “Aqui na Embrapa os alunos podem desenvolver habilidades referentes à saúde clínica de peixes, avaliar sinais sintomáticos, lesões e os parâmetros hematológicos e bioquímicos. Isso é importante para a formação deles, uma vez que a piscicultura é uma atividade em franco desenvolvimento no Brasil e, portanto, uma oportunidade para a área da veterinária.”